Pesquisadores
descobriram por meio de dois estudos que a proteína WDR74 tem um papel
importante na progressão dos cânceres de pulmão e de pele melanoma. Os artigos,
publicados nos periódicos Oncogene
e Cancer Letters, em janeiro e
fevereiro, respectivamente, abrem novos caminhos para o desenvolvimento de
métodos eficazes de cura para metástases desses dois tipos de câncer.
A metástase é a
disseminação da célula cancerígena pela corrente sanguínea ou linfática, ou
seja, a célula sai do local de origem e vai para outro órgão pelo sangue ou
pela linfa. Mas, segundo os cientistas, "apenas uma minoria sutil, décimos
ou mesmo centésimos de por cento, das células tumorais circulantes é capaz de
metástase".
Foi exatamente na busca
para entender o que faz de uma célula causar a metástase ou não que os
pesquisadores encontraram a WDR74. Ela era uma das proteínas altamente
expressas em células metastáticas ativas. "Seu nível de expressão em
células tumorais circulantes foi duas vezes maior que no tumor inicial",
escreveram os cientistas.
Para testar o papel da
proteína na circulação das células do câncer de pulmão e no câncer de pele melanoma, eles
a alteraram duas vezes em laboratório: a desativaram por meio de uma correção
gênica e aumentaram a quantidade dessa proteína nas células cancerígenas. Ambos
os tipos de experimentos confirmaram que a WDR74 desempenha um papel crucial na
progressão do tumor e em suas metástases.
"A ausência de
proteínas diminui e a presença aumenta a propriedades oncogênicas das células
tumorais circulantes. "In vivo, isso foi confirmado durante os
experimentos realizados em camundongos", disse Vladimir Katanaev, um dos
autores do estudo.
Segundo ele, os
mecanismos de ação da WDR74 variam de um tipo de tumor para outro, mas seu
papel está claro em ambos. O desenvolvimento de medicamentos que atinjam alvos
específicos de proteínas nas células tumorais circulantes é a próxima etapa do
trabalho dos cientistas.
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