No início da década de
1970, uma família turca chamou a atenção de pesquisadores médicos por
apresentarem dedos curtos e pressão arterial extremamente alta, às vezes duas
vezes maior que a de pessoas saudáveis.
Cerca de vinte anos
depois, um grupo de cientistas do Max Delbrück Center for Molecular Medicine,
um centro médico na Alemanha, começara, a estudar o fenômeno misterioso. Até
maio de 2015, a equipe relatou a revista Nature Genetics que haviam encontrado
um gene alterado em todos os parentes afetados pela síndrome. O distúrbio
genético ficou conhecido como síndrome de Bilginturan, em homenagem ao
pesquisador turco que o descobriu.
A composição genética
codifica uma enzima chamada fosfodiesterase 3A, ou PDE3A, que regula a pressão
sanguínea e o crescimento ósseo. A mutação genética descoberta pelos cientistas
faz com que a enzima seja mais ativa do que o habitual.
Pesquisadores fornecem
as evidências que faltam.
No entanto, não
existiam ainda evidências que mostrassem que o PDE3A mutado causa a síndrome de
Bilginturan, que já foi descoberta em outras famílias ao redor do mundo.
Agora, um grupo
internacional de 40 pesquisadores conseguiu relacionar os quadros e os autores descrevem sua pesquisa
na revista Circulation. "Trabalhamos principalmente com dois
modelos animais. Um dos modelos consistia em camundongos geneticamente
modificados nos quais a enzima humana PDE3A nas células musculares lisas das
paredes dos vasos estava hiperativa devido à alteração genética. Esses animais
exibiram pressão arterial extremamente alta quando comparados aos animais de
controle", explicou Lajos Markó, co-autor do artigo, ao site EurekAlert.
Em outro modelo, com
ajuda da ferramenta de edição de genes, a equipe alterou a região do gene PDE3A
que sofre mutação na síndrome e assim como nos pacientes, essa pequena mudança
aumentou a atividade da enzima.
De acordo com os
cientistas, os ratos não apenas sofriam de pressão
alta,
mas os dedos dos pés também ficaram curtos — semelhantes aos dedos das pessoas
com a síndrom". E usando a tomografia computadorizada, a equipe descobriu
um laço proeminente nos vasos cerebrais dos ratos que também é encontrado em
pessoas com a síndrome.
O objetivo é tratar a
hipertensão de maneira mais eficaz
Os pesquisadores agora
desenvolvem uma abordagem para o tratamento dessa forma herdada de pressão
alta. A ideia é administrar o riociguat, uma droga já aprovada para a hipertensão
pulmonar. Segundo os responsáveis pela análise, ela ativa uma enzima que produz
uma molécula de sinalização e diminui o PDE3A hiperativo.
Além disso, a equipe
busca entender como o PDE3A, mutado interage com outras moléculas de proteína.
"Assim podemos
entender como eles estão envolvidos na regulação da pressão arterial e
esperamos encontrar novas e mais eficazes abordagens terapêuticas para uma das
doenças mais comuns de todas, a hipertensão", afirmou Enno Klußmann, um
dos autores.


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