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https://www.trbn.com.br/
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Obesidade
é a segunda doença crônica mais incidente no Brasil e o apoio das pessoas
próximas é fundamental para o enfrentamento da doença.
Piadas de mau gosto,
apelidos pejorativos, constrangimentos e comentários ofensivos são frequentes
na realidade das pessoas que sofrem de sobrepeso e obesidade. Também conhecido
como fat-shaming ou gordofobia, o estigma social é caracterizado por pessoas
que agem de forma preconceituosa com quem sofre de excesso de peso ou de
obesidade. “O preconceito e o bullying não poupam nem crianças na tenra
infância no ambiente escolar, atingem as crianças que sofrem de obesidade
infantil, os adolescentes e os adultos durante toda a vida toda. Infelizmente,
a pessoa que sofre de sobrepeso ou obesidade passa a vida sendo estigmatizada”,
afirma o médico Adriano Rios, cirurgião bariátrico e diretor do NTCO (Núcleo de
Tratamento e Cirurgia da Obesidade). A obesidade é reconhecida, hoje, como
importante problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de
Saúde, trata-se de uma epidemia global e 2,3 bilhões de pessoas no mundo estão
com sobrepeso ou obesidade.
“Obesidade é uma doença
crônica e tem que ser tratada como tal. Quem sofre dessa doença não deve ser
tratado como preguiçoso ou como se fosse uma pessoa com falta de força de
vontade”, explica Adriano Rios. Segundo ele, trata-se de uma doença
multifatorial e progressiva, causada por fatores metabólicos, genéticos,
comportamentais e culturais. O especialista explica que o paciente portador de
obesidade requer um acompanhamento multidisciplinar durante toda sua vida.
“Geralmente, o paciente precisa ser assistido por uma equipe que envolve
médicos, nutricionista, psicólogo, educador físico e outras especialidades a
depender do caso”, explica o cirurgião bariátrico. “As pessoas recorrem a
comida, inclusive, para regular as emoções”, afirma Larissa Mendes, psicóloga
da equipe do NTCO.
Várias pesquisas em
todo mundo apontam que as pessoas que são vítimas desses abusos acabam ganhando
mais peso. “Todo indivíduo deve ser respeitado independente do seu corpo
e de padrões estéticos. Ao invés do julgamento, o apoio e o acolhimento da
família, dos amigos e colegas são essenciais para que a pessoa consiga buscar
ajuda especializada e tratar a obesidade sem tantos danos psicológicos”,
pondera a psicóloga Larissa Mendes.
Dois em cada dez
brasileiros estão obesos e mais da metade da população, 55,4%, sofre de excesso
de peso (sobrepeso). De acordo com o Ministério da Saúde, hipertensão (24,5%),
obesidade (20,3%) e diabetes (7,4%) são as doenças crônicas de mais incidência
no país.
A obesidade é o resultado
de um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade
gasta, causando acúmulo de gordura. Entre as doenças e complicações associadas
à obesidade, estão hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças
osteoarticulares, diabetes, problemas de circulação, refluxo gastroesofágico,
apneia do sono, esteatose hepática (gordura no fígado), alguns tipos de câncer,
disfunções respiratórias, depressão e outros transtornos psicológicos.
“A doença, associada a
várias complicações e comorbidades, compromete seriamente a qualidade e o tempo
de vida”, afirma Adriano Rios. “O preconceito e a intolerância contra
pessoas que já sofrem de uma doença tão complexa e de difícil controle devem
ser combatidos”, conclui o médico.

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