Um novo estudo
publicado na revista Nature pode levar esperança a pacientes com diabetes.
Trata-se de uma técnica capaz de fabricar células e gerar um hormônio que
regula o baixo nível de açúcar no sangue. Na prática, o produto contém o
hormônio glucagon capaz de proteger contra a hipoglicemia em animais.
"Agora temos a
capacidade de fabricar grandes quantidades de um tipo de célula importante que
é necessário para prevenir a hipoglicemia e regular a glicose no sangue em
pacientes com diabetes. A geração de tipos de células pancreáticas a partir de
fontes renováveis é promissora para terapias de substituição celular para
diabetes ", disse Quinn Peterson, um dos pesquisadores do estudo.
Peterson explica que as
células alfas do pâncreas produzem glucagon, que é liberado para corrigir
baixos níveis de açúcar no sangue. Porém, no diabetes esse tipo de célula não tem
função deixando o paciente suscetível à hipoglicemia.
Como
funciona o processo.
Chamadas de
biomanufaturadas, essas partículas são células-tronco pluripontes, que têm
capacidade para se auto renovar e converter em células alfa que contém o
glucagon. Quando elas são transplantadas em animais, essas se defendem da
hipoglicemia.
Segundo o time de
pesquisadores, para colocar o procedimento em uso, é necessário a aprovação do Food
and Drug Administration (FDA), órgão equivalente ao da Anvisa aqui no
Brasil. Contudo, essa pesquisa poderia abrir caminho para ensaios clínicos
voltados para a exploração de segurança e eficácia das células fabricadas como
tratamento do diabetes do tipo 1.
No artigo publicado, os
cientistas se mostraram confiantes e acreditam que os primeiros testes em
humanos possam ocorrer até 2022.
"Se introduzidas
com sucesso no uso clínico, essas células podem mudar drasticamente o
atendimento ao paciente com diabetes. Em vez de depender de exames de sangue de
rotina para evitar hipoglicemia e intervenções em pronto-socorro para tratar
hipoglicemia grave, no futuro, os pacientes poderão receber um transplante de
medicamento vivo que monitorará os níveis de glicose no sangue e administrará
doses corretivas de glucagon ", destacou o pesquisador.

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