Uso de material
inovador pode fazer com que a recuperação seja mais curta.
Responsáveis por quase terem acabado antes da hora com a carreira do
jogador de futebol Ronaldo Fenômeno, em 2000, e afastado Nenê Hilário das
competições de basquete pela NBA pelo Denver Nuggets, em 2007 (e atrapalhado
sua performance nas quadras nos anos seguintes), as contusões nos tendões e
ligamentos do joelho não são exclusividade dos atletas e requerem cirurgias,
longos períodos de fisioterapia e acompanhamento médico.
Pensando em uma nova tecnologia para substituir a atual forma de
operação, reduzindo o tempo de recuperação, pesquisadores desenvolveram uma
nova operação que consegue repor os tecidos danificados.
A equipe da Universidade de Sydney, na Austrália, em parceria com a
Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e Erlang-Nuremberg, na Alemanha,
desenvolveram e patentearam um novo scaffold.
Trata-se de substância sintética que tem a habilidade de imitar e
substituir os tecidos do tendão e do ligamento. A equipe conseguiu, pela
primeira vez, produzir esse material utilizando um hidrogel reforçado com
fibra, composto macio e flexível que ao ser introduzido na fibra de vidro fica
cinco vezes mais resistente que o aço.
“Nossa tecnologia espera agilizar o processo de recuperar os tendões e
ligamentos, além de ajudar no crescimento da cartilagem, sem comprometer a
resposta do corpo” afirma Hala Zreiqat, professora da Universidade de Sydney e
chefe do desenvolvimento dessa tecnologia. Os desenvolvidos para suportar
estresse e pancadas, os scaffolds estão sendo testados em rótulas de ratos, e
possuem um volume de água similar a tendões e ligamentos reais -
aproximadamente 70% desses tecidos são feitos de água.
O maior benefício desse novo tratamento é a redução do tempo de
recuperação, pois o mais recorrente atualmente, que utiliza imobilização, precisa
de diversas semanas para reabilitar os movimentos.
Porém, os pesquisadores ainda estão cautelosos com os resultados e
buscam, nesta fase, apenas observar as reações do novo material. O motivo é que
scaffolds produzidos em outros materiais sintéticos ainda têm alto risco de
serem rejeitados pelo corpo, além de problemas na implantação. “Para o scaffold
sintético ser aceito pelo corpo, sua arquitetura química e física precisa ser
semelhante aos tendões humanos e é isso que estamos tentando recriar” afirma
Zreiqat.
Segundo os pesquisadores, os próximos passos são fazer com que o material
tenha menos chance de ser rejeitado e observar como o material se integrará com
tendões de animais maiores.
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