A principal autoridade
de saúde da Suécia disse que as pessoas que tiveram o novo coronavírus
provavelmente estarão imunes por pelo menos seis meses após serem infectadas,
independentemente de terem desenvolvido anticorpos ou não.
Em nova estimativa
publicada hoje, a Agência de Saúde Pública da Suécia disse que agora é considerado
seguro que indivíduos infectados entrem em contato com pessoas de grupos de
alto risco.
"Não vemos casos
de pessoas adoecendo duas vezes de covid-19", disse o epidemiologista
Anders Tegnell em entrevista coletiva em Estocolmo. "Portanto, nossa avaliação
é que, se você contrair o covid-19, está imune, mesmo que não desenvolva
anticorpos."
Mas a agência também
disse que as pessoas consideradas imunes ainda podem atuar como portadoras do
vírus na sociedade e, portanto, devem continuar observando as diretrizes de
distanciamento social e higiene.
A resposta de
anticorpos à covid-19 está sendo estudada de perto por cientistas de todo o
mundo para obter indicações sobre quanto tempo a imunidade pode durar. Embora
haja poucas evidências para sugerir a ocorrência de reinfecções, os
especialistas em saúde ainda precisam determinar exatamente quanto tempo a
pessoa permanece imune.
Um estudo recente do
King's College de Londres mostrou que o nível de anticorpos pode cair a um
patamar que os torna indetectáveis após cerca de três meses depois da infecção.
No entanto, o corpo também monta outras formas de respostas imunes, incluindo
as chamadas células T, que parecem desempenhar um papel importante na proteção
contra a reinfecção com covid-19.
Pesquisa do Instituto
Karolinska da Suécia indicou que cerca de duas vezes mais pessoas infectadas
pela covid-19 desenvolveram resposta imune mediada por células T do que aquelas
que possuem um nível detectável de anticorpos.
Risco
zero.
"O risco de ser
reinfectado e de transmitir a doença a outras pessoas provavelmente é muito
próximo de zero", disse Tegnell.
Tegnell continua sendo
uma figura controversa por sua decisão de desaconselhar a imposição de uma
quarentena adequada na Suécia. Atualmente, o país possui uma das maiores taxas
de mortalidade do mundo, medida por 100.000, de acordo com dados compilados
pela Universidade Johns Hopkins.
Mas também há sinais de
que a taxa de contágio na Suécia está diminuindo, e Tegnell insiste que sua
estratégia acabará sendo um sucesso. Ele é atacado por acadêmicos e cientistas
de seu próprio país, que afirmam que ele lidou mal com a crise.
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