Durante o
isolamento devemos nos atentar à quantidade ingerida de açúcar, pois, apesar da
relação entre o ingrediente e a doença ainda dividir a opinião de
especialistas, o consumo excessivo do carboidrato simples pode fazer com que as
células do câncer se desenvolvam de forma acelerada.
Devido à pandemia pelo
novo coronavírus, estamos confinados em casa, o que, devido às mudanças
drásticas na rotina, pode causar grande quantidade de estresse e
ansiedade.
O problema é que muitas
vezes descontamos essas emoções na alimentação, com o consumo de alimentos hiperpalatáveis,
geralmente com maior teor de açúcar, que, como a grande maioria das pessoas já
sabe, está relacionado a uma série de doenças, como obesidade e diabetes.
Porém, também existe uma relação entre o consumo exagerado de açúcar e o
desenvolvimento do câncer que, embora controversa, é estudada desde o início do
século XX. “As células cancerígenas, assim como todas as outras células do
organismo, precisam de fontes de energia para sobreviver. Enquanto algumas
células retiram essa energia do oxigênio, outras, como as células neoplásicas,
utilizam como fonte de energia a fermentação do açúcar. Dessa forma, o açúcar,
mais especificamente a glicose, pode impulsionar o desenvolvimento do câncer,
já que alimenta as células cancerígenas, que crescem e se espalham pelo
organismo”, afirma a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da
Associação Brasileira de Nutrologia.
O açúcar é um vilão ainda
maior se o câncer já estiver em desenvolvimento, pois, durante os períodos de
rápido crescimento do tumor, as células cancerígenas digerem o açúcar até 200
vezes mais rápido do que as células normais. “Porém, abolir o açúcar de sua
dieta não é uma solução, já que as células saudáveis também precisam de
glicose. Por isso, na hora de consumir o açúcar, o ideal é optar pelos
carboidratos bons e evitar os ruins”, recomenda a especialista.
Os bons carboidratos,
são os complexos, estão presentes em vegetais, frutas, grãos, cereais e legumes
e nos abastecem com açúcares de queima mais demorada. Dessa forma, eles não
provocam um aumento rápido dos níveis de insulina, substância produzida pelo
pâncreas que é utilizada pelo organismo para levar a glicose para dentro das
células. “Já os carboidratos ruins, os simples, são encontrados em alimentos
industrializados e refinados e possuem altos níveis de açúcar. Com isso, para
metaboliza-los o organismo exige que o pâncreas produza altos níveis de
insulina constantemente, o que, a longo prazo, pode causar problemas no órgão.
Além disso, se houver muito açúcar presente na dieta, o câncer pode se tornar
mais agressivo, com crescimento mais rápido e difícil de tratar”, alerta a
médica. A nutróloga ainda alerta para ficarmos atentos aos rótulos dos
produtos, já que muitos dos alimentos
industrializados podem conter algum tipo de açúcar
escondido em sua composição. “Às vezes o açúcar vem escondido na lista de
ingredientes com outros nomes: sacarose, frutose, glicose, maltodextrina,
açúcar invertido, glucose ou xarope de milho, dextrose, maltose, açúcar
demerara, açúcar orgânico, açúcar mascavo, açúcar de coco, mel, dextrina,
oligossacarídeos, xarope glucose-frutose e outros carboidratos simples. Todos
são açúcares e não devem compor mais de 10% de todas as calorias ingeridas ao
dia”, destaca.
E a redução de açúcar
na dieta não colabora apenas na diminuição dos riscos de câncer, mas também
para manter o peso adequado e, com isso, diminuir a incidência de doenças como
diabetes, síndrome metabólica, refluxo gastroesofágico e problemas cardíacos. A
diminuição do açúcar é capaz até mesmo de melhorar a qualidade da pele e
prevenir o envelhecimento cutâneo.
“Mas é importante lembrar que apenas a diminuição do açúcar não previne, interrompe
ou trata o desenvolvimento do câncer. Para garantir uma vida saudável e menores
riscos de sofrer com a doença é importante a adoção de hábitos saudáveis, com
uma dieta balanceada rica alimentos com Vitamina A (cenoura e abóbora),
Vitamina C (kiwi e laranja), Vitamina B6 (aveia e banana), Vitamina E (carnes e
ovos), Selênio (arroz integral e castanha do pará) e Zinco (frango e grãos
integrais), além, é claro, da prática regular de exercícios físicos e visitas
frequentes ao seu médico de confiança”, finaliza a Dra. Marcella Garcez.
*** Por: DRA.
MARCELLA GARCEZ.
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