Milhões
de pessoas prejudicam a própria saúde, sem terem consciência disso, por não
dormirem o suficiente.
Pesquisas
revelam que a maioria das pessoas requer sete a oito horas diárias de sono para
apresentar desempenho ótimo. Quem não dorme o suficiente pode prejudicar sua
própria saúde e até mesmo encurtar seu tempo de vida.
Desde
a primeira infância até a velhice, os efeitos do sono insuficiente podem exercer profundos efeitos negativos sobre a memória, o
aprendizado, a criatividade, a produtividade, a estabilidade emocional e a
saúde física.
Especialistas
dizem que vários sistemas corporais são negativamente afetados pelo sono
insuficiente: como os órgãos (coração, por exemplo), a capacidade de resistir a
doenças e o funcionamento cerebral.
Os
níveis do hormônio leptina, que informa ao cérebro que você consumiu alimentos suficientes, são mais baixos nas pessoas que não dormiram
o suficiente, e os níveis de grelina, que estimula o apetite, são mais altos.
Além disso, o metabolismo fica mais lento quando o sono é perturbado. Se esse
efeito não for contrabalançado com o aumento do exercício físico ou a redução
da ingestão calórica, essa desaceleração metabólica resulta no ganho de quatro
quilos em um ano.
O
risco de doenças cardiovasculares e de acidentes vasculares cerebrais é maior
nas pessoas que dormem menos de seis horas por dia. Basta uma noite
insuficiente de sono para elevar a pressão sanguínea dos hipertensos durante
todo o dia seguinte. O sono insuficiente também é associado à calcificação de
artérias coronárias e à elevação dos níveis de fatores inflamatórios ligados às
doenças do coração.
Dormir
demais também encerra riscos. Índices mais altos de doenças cardíacas foram
constatados entre mulheres que dormem mais de nove horas diárias.
O
risco de câncer também pode estar ligado ao sono. Um estudo japonês feito com
quase 24 mil mulheres na faixa dos 40 aos 79 anos constatou que aquelas que
dormiam menos de seis horas diárias tinham mais chances de desenvolver câncer
de mama que as mulheres que dormiam mais. Eva S. Schernhammer, da Escola Médica
de Harvard, verificou relações entre os níveis da melatonina, o hormônio do
sono, e o risco aumentado de câncer de mama.
Um
estudo com 1.240 pessoas pela Universidade Case Western Reserve, em Cleveland,
em Ohio, encontrou risco aumentado de pólipos colorretais potencialmente
cancerosos em pessoas que dormiam menos de seis horas diárias.
Durante
o sono, o corpo produz hormônios que ajudam a combater infecções, que estimulam
o crescimento e que reparam células danificadas.
O
psiquiatra Vatsal G. Thakkar, vinculado à Universidade de Nova York, descreveu
recentemente evidências que vinculam o sono insuficiente a diagnósticos
equivocados de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade em crianças.
Em um estudo, 28% das crianças com problemas de sono apresentavam sintomas do
transtorno, mas não o próprio transtorno.
Alguns
dos efeitos mais insidiosos do sono insuficiente, contudo, envolvem processos
mentais como o aprendizado, a memória, o julgamento e a resolução de problemas.
Durante o sono, novos caminhos de aprendizado e memória são codificados no
cérebro. O corpo precisa de sono suficiente para que esses caminhos consigam
funcionar em nível ótimo.
Quando
você fizer um check-up médico, informe ao médico quantas horas dorme e descreva
a qualidade de seu sono. Seja sincero -a duração e a qualidade do sono podem
ser tão importantes para sua saúde quanto sua pressão sanguínea e seu nível de
colesterol.
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