Conceber
uma criança em determinada época do ano pode aumentar o risco de bebês
prematuros. Foi o que revelou uma extensa pesquisa feita nos EUA com 647.050
grupos de irmãos, em um total de 1.435.213 crianças.
O
estudo feito por duas pesquisadoras da Universidade Princeton, Janet Currie e
Hannes Schwandt, indicou que conceber uma criança em maio aumentou em 10% o
risco de bebês prematuros.
As duas
lembram, no estudo publicado na revista científica "PNAS", que vários
trabalhos já demonstraram que a época do nascimento tem relação com peso corporal, saúde mental, QI, renda e expectativa de vida.
Estudos
recentes, no entanto, mostraram que a flutuação das características maternas
(educação, idade, status socioeconômico etc.) podem explicar muito da
associação entre o mês do nascimento e o desenvolvimento dos bebês.
Para
resolver a questão elas estudaram irmãos, o que reduziria o efeito das
características das mãe como possível causa das diferenças sazonais na saúde do
bebê no nascimento.
Elas
sugerem que o maior número de prematuros entre os concebidos em maio estaria
ligado ao auge da estação da gripe sazonal, em janeiro e fevereiro nos EUA.
"Muita
gente pensa que a mensagem da pesquisa é que as pessoas deveriam evitar a
concepção em certas épocas. No entanto, a verdadeira mensagem é que grávidas
devem considerar a possibilidade de tomar vacina contra a gripe e ter uma dieta rica em frutas e vegetais", disse Currie à Folha.
Os
resultados foram nítidos para os EUA, cuja temporada de gripe ocorre em meses
bem marcados. Já no Brasil não há um pico tão intenso, mas os casos aumentam em
julho e agosto, sugerindo que novembro seja um mês pior para a concepção.
As
duas pesquisadoras especulam que a causa estaria ligada à inflamação provocada
pela gripe, que induziria o trabalho de parto. Outros estudos mostraram que
mães vacinadas têm menor risco de partos prematuros durante a estação da gripe.
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