FONTE: Marianna Feiteiro (www.bolsademulher.com).
Problema pode ter origens físicas, mas fatores psicológicos são determinantes para tratamento bem sucedido.
Atenção: Esta matéria contém teor
sexual e é imprópria para menores de 18 anos.
Disfunções sexuais masculinas são
um assunto delicado. Apesar de quase metade dos homens brasileiros (48%) sofrer
com alguma delas, poucos conseguem admitir. Isso porque, para a grande maioria,
o desempenho na cama interfere diretamente na autoestima. “Para o homem, a
parte sexual é muito importante. Se ele teve mil relações bem sucedidas e na
milésima primeira ocorreu algum problema – não conseguiu ter ereção ou teve
ejaculação precoce –, ele vai sempre se lembrar dessa milésima primeira vez e
se perguntar ‘será que da próxima vez será do mesmo jeito?’”, afirma o clínico
geral Dr. Carlos Eduardo Prado Costa, membro da Sociedade Internacional de
Medicina Sexual.
São chamadas disfunções sexuais
masculinas a disfunção erétil, ou seja, impossibilidade de ter ou manter uma
ereção, perda de libido e ejaculação precoce, e são muitos os fatores que
contribuem para que ocorram:
Disfunção erétil: para que o
homem tenha ereção, é preciso, primeiro, que ele seja estimulado. O estímulo
começa no cérebro e é transmitido até o órgão sexual através dos nervos. Uma
vez excitado, o pênis necessita de uma grande quantidade de sangue para que
fique e permaneça ereto. Portanto, os principais problemas físicos que podem
interferir na ereção são os cardiovasculares e o diabetes. O primeiro
compromete a circulação e dificulta a chegada do sangue até o pênis. Já o
segundo pode comprometer o sistema nervoso, atrapalhando o envio de estímulos
ao órgão, além de também interferir na circulação do sangue. É por isso que,
atualmente, as disfunções sexuais, particularmente a erétil, representam um
indicativo de outras doenças no homem. Sendo uma função que exige muito do
sistema cardiovascular, os fatores que apresentam risco e devem ser tratados
são o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo, o uso abusivo de álcool e
colesterol e triglicérides elevados.
Perda de libido: esta disfunção
pode estar relacionada a alterações hormonais. A partir dos 45 anos, o homem
passa a ter uma redução natural dos níveis de testosterona causada pelo
envelhecimento, o que provoca a perda de desejo sexual. No entanto, o problema
pode acontecer precocemente devido a algumas alterações glandulares, que também
afetam os níveis de testosterona, como, por exemplo, distúrbios nas glândulas
suprarrenais, que podem causar aumento da pressão arterial e do colesterol
ruim, estimular a produção de alguns hormônios androgênicos e, inclusive,
contribuir para a elevação do estrogênio (hormônio feminino). É uma disfunção,
portanto, muito ligada ao sistema endócrino.
Ejaculação precoce: segundo o Dr.
Carlos, o tempo que cada homem leva para ter uma ejaculação é muito pessoal e
algo que já está determinado no nascimento. “É como a capacidade que cada
pessoa tem para suportar dor”, compara. O controle da ejaculação está ligado ao
sistema nervoso central, que serve de modulador, ora inibindo, ora acelerando o
processo. O problema pode ser tratado com medicamentos.
Outras doenças e tratamentos também podem influenciar no correto funcionamento do sistema sexual masculino, como doenças de próstata, câncer de intestino grosso e reto, doenças do fígado e problemas na tireoide.
Outras doenças e tratamentos também podem influenciar no correto funcionamento do sistema sexual masculino, como doenças de próstata, câncer de intestino grosso e reto, doenças do fígado e problemas na tireoide.
Além disso, o fator psicológico é
determinante. “Esses problemas nem sempre partem de uma questão psicológica,
porém, todo problema sexual desencadeia um quadro de ansiedade tal que pode
gerar problemas psicológicos de grandes proporções”, afirma o Dr. Carlos. De
acordo com ele, o paciente pode até obter um bom resultado no tratamento físico
para um determinado tipo de disfunção, mas se não trabalhar seu lado psicológico,
nunca vai adquirir a confiança necessária para ficar livre do acompanhamento
médico. “Temos que lembrar que o homem ainda tem no funcionamento do pênis o
seu medidor de masculinidade e potência”, explica.
Além de criarem uma “bola de
neve”, muitas vezes impossibilitando a cura completa do problema, os fatores
psicológicos podem também ser a causa destas disfunções. Segundo explica Dr.
Carlos, as preocupações do dia a dia e a ansiedade podem afetar tanto a vida
sexual do homem quanto da mulher. “Algumas vezes, os problemas e desafios são
tão imensos que o sujeito passa a liberar hormônios que vão aumentar a pressão
arterial e o trabalho cardíaco, através do mecanismo de vasoconstricção
arterial, ou seja, contração das artérias. Isso vai afetar sua vida sexual,
principalmente a qualidade da ereção, e, a partir do momento que afeta a vida
sexual, a ansiedade toma conta, e o sujeito passa a se ver como impotente para
todas as situações, inclusive para a sua válvula de escape, que é o sexo”,
esclarece.
Tanto as disfunções de origem
física quanto as de origem psicológica têm tratamento e podem ser curadas. A
parceira, ao se deparar com esse tipo de situação, deve adotar a postura mais
cuidadosa e compreensível possível. É comum que o homem, uma vez que percebeu que
sofre de algum tipo de disfunção, passe a evitar o sexo por simples medo de
“falhar”. “Não aborde com gracinhas ou desconfiança. Muitas vezes a parceira
desconfia de traição ou perda de interesse e também se afasta, ou fica
irritada, cobrando explicações sobre a suposta infidelidade do parceiro.
Converse e encare o problema de frente, sem piadinhas ou piedade”, aconselha o
especialista.
O procedimento correto é buscar
ajuda de um profissional que consiga avaliar a causa do problema e cortar o mal
pela raiz. O tratamento pode variar desde o controle da pressão arterial ou
diabetes até medicação mais específica, através de vasodilatadores ou reposição
hormonal. Mas calma: não precisa se preocupar logo de cara! Se seu parceiro
teve perda de ereção uma vez, não quer dizer que ele esteja com algum problema
de saúde. O Dr. Carlos explica que é comum, por exemplo, que o homem perca a
ereção na hora de colocar o preservativo. “Isso acontece porque o sujeito tem
que dar uma freada naquele clima sensual para se concentrar em colocar a
camisinha, e aí, dependendo da pressa, é liberada adrenalina, e a ereção começa
a ceder. O melhor é que o casal comece tudo de novo sem pressão. A parceira
também pode ajudar colocando a camisinha de forma carinhosa e sensual”, indica.
Álcool x ereção.
Segundo o especialista, a crença de que bebida alcoólica atrapalha o desempenho sexual do homem não é mito. “Existem até pacientes que sofrem de ejaculação precoce e costumam consumir álcool para segurar por mais tempo”, diz. Ele explica que, de fato, na primeira hora após o consumo de bebida alcoólica existe um retardamento da ejaculação, o que pode parecer positivo para algumas pessoas. No entanto, da segunda hora em diante, o sujeito passa a ter dificuldade em manter a ereção. Além disso, o uso crônico e excessivo do álcool afeta o fígado, o que, indiretamente, compromete a produção da testosterona, prejudicando a capacidade de ereção.
Segundo o especialista, a crença de que bebida alcoólica atrapalha o desempenho sexual do homem não é mito. “Existem até pacientes que sofrem de ejaculação precoce e costumam consumir álcool para segurar por mais tempo”, diz. Ele explica que, de fato, na primeira hora após o consumo de bebida alcoólica existe um retardamento da ejaculação, o que pode parecer positivo para algumas pessoas. No entanto, da segunda hora em diante, o sujeito passa a ter dificuldade em manter a ereção. Além disso, o uso crônico e excessivo do álcool afeta o fígado, o que, indiretamente, compromete a produção da testosterona, prejudicando a capacidade de ereção.
Segundo ele, o desempenho sexual masculino começa a ficar comprometido
após a ingestão de três latinhas de cerveja ou uma dose de uísque puro – se
misturado com água ou soda, acontece a partir de duas doses.
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