FONTE: Elioenai Paes - iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
O que pode ter de tão errado
naquelas lascas de bacon que dão um toque tão especial ao sanduíche? Pois é,
aquele pedacinho inofensivo e saboroso acompanhado do copo de refrigerante
gelado pode estar atrapalhando o potencial de fertilidade masculina.
É o que mostra uma pesquisa da
Universidade Harvard, que comparou a taxa de fertilidade de dois grupos de
homens jovens. Um deles
foi submetido a uma “dieta prudente”, com produtos saudáveis, como peixe e
frutas. O outro se alimentou com o prato típico dos países ocidentais, rico em
produtos açucarados, refinados, carne vermelha, bacon, pizza, doces e
biscoitos.
O resultado mostrou que este segundo grupo
perdeu 30% da quantidade de espermatozoides normais. “Os alimentos ruins
produzem toxinas no organismo, dentre elas os radicais livres, que alteram
estrutura dos espermatozoides e impedem que eles fertilizem o óvulo”, explica o
urologista Augusto Barbosa Reis, membro do departamento de reprodução humana da
Sociedade Brasileira de Urologia.
E isso acontece inclusive com
aqueles que, aparentemente, não parecem ter problemas com a balança. Os jovens
envolvidos nesta pesquisa, por exemplo, não estavam acima do peso. “Eles tinham
vida saudável e
praticavam atividade física”, completa Reis.
Se, além da má alimentação, o
homem ainda estiver acima do peso, o problema chega a ser maior. “O excesso de gordura na
alimentação resulta na obesidade e, consequentemente no depósito de gorduras
nas artérias, o que prejudica a vascularização dos testículos”, explica Paulo
Gallo, urologista e especialista em reprodução humana da clínica de
fertilização Rede D’Or. “Se o homem já for um que tenha uma produção
espermática no limite, ele pode ter uma queda na produção de espermatozoides
por conta da qualidade de vida inadequada”.
Metade da culpa.
Muita gente não sabe, mas os homens têm
tanta responsabilidade na infertilidade conjugal quanto as mulheres. Segundo as
pesquisas, em 40% dos casos de dificuldade para engravidar, o problema é
masculino. Em outros 40%, é feminino. O restante dos 20% correspondem a casais
em que ambos têm alguma dificuldade.
A boa dieta tem um papel protetor. “As
frutas são fonte natural de vitaminas. Na prática clínica, sempre que o
indivíduo tem pouca motilidade (capacidade de movimentação dos
espermatozoides), prescrevemos vitaminas. Existem alguns grupos de vitaminas
que tem potencial antioxidante, que contribuem para a boa qualidade do
espermatozoide”, explica o urologista Augusto Reis. “Como a baixa qualidade dos
espermatozoides por conta do cardápio ruim não é uma causa permanente, é possível
reverter o quadro com uma boa dieta”.
Reis explica que a gordura
corporal, principalmente aquela da região do
abdômen, pode produzir radicais livres e a enzima aromatase, que transforma a
testosterona no hormônio feminino estradiol. “A quebra do equilíbrio entre
esses dois hormônios parece estar envolvida também para a diminuição da
fertilidade masculina”, afirma o urologista.
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