terça-feira, 12 de novembro de 2013

SALVADOR É A "CAPITAL DOS ASSASSINATOS NO BRASIL", DIZ O JORNAL NEW YORK TIMES...

FONTE: Glauco Wanderley/Tribuna Feirense, TRIBUNA DA BAHIA.

                 
Embora ressaltando o crescimento econômico e riqueza cultural, da “maior cidade da região Nordeste do Brasil”, o jornal New York Times, considerado o mais influente do mundo, descreveu Salvador como a capital dos assassinatos no país, um lugar com trânsito caótico e áreas degradadas com prédios abandonados, que podem ser melhor descritos como ruínas.
Na matéria publicada na edição de domingo (10/11) o jornal cita que Salvador superou São Paulo em homicídios, embora a capital paulista seja quatro vezes maior. O escritor Antônio Risério, um dos entrevistados para a reportagem, admite que a classe média vive com medo na cidade.
A reportagem menciona casos recentes, de um corpo decapitado encontrado na Estrada do Aeroporto, um linchamento no Bairro da Paz de um suspeito de estupro e os irmãos mortos no acidente provocado pela oftalmologista em Ondina.
A criminalidade, ressalta o jornal americano, provoca prejuízos ao turismo. O Pelourinho é apontado como um local onde é fácil ver adolescentes usando crack à luz do dia.

Na questão do tráfego e mobilidade, não poderia deixar de ser citado o metrô, que suga dinheiro há mais de 16 anos e é prometido agora para depois da Copa do Mundo, ao custo de mais 600 milhões de dólares.
O Times ouviu o prefeito de Salvador, ACM Neto, e citou a contratação da consultoria McKinsey para melhorar a gestão da cidade. Do secretário de Comunicação do estado, Robinson Almeida, ouviu a justificativa padrão para as dificuldades no combate ao crime: o tráfico de drogas.
Robinson mencionou as bases comunitárias de segurança como uma estratégia que estava dando certo para reduzir a criminalidade, mas o argumento acabou fragilizado pelo fato de que em uma visita ao Nordeste de Amaralina, onde existe uma das tais bases, repórter (Simon Romero) e fotógrafo (Maurício Lima, autor da imagem que ilustra este texto) do jornal foram abordados por um garoto com uma pistola automática, que quis saber o que eles faziam ali. O mesmo menino acabou contando que teve um irmão morto pela polícia, que roubou seus documentos e dinheiro e “plantou” uma arma com a vítima, forjando uma versão de confronto com os policiais.

A matéria termina citando o caso do menino Joel, morador da região, que fez propaganda do turismo baiano para o governo estadual e acabou morto dentro de casa, aos 10 anos, em 2010, durante uma operação policial. A reportagem é complementada com um slide show mostrando belezas e tragédias da primeira capital do Brasil.

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