FONTE: Glauco Wanderley/Tribuna Feirense, TRIBUNA DA BAHIA.
Embora ressaltando o crescimento econômico e
riqueza cultural, da “maior cidade da região Nordeste do Brasil”, o jornal New
York Times, considerado o mais influente do mundo, descreveu Salvador como
a capital dos assassinatos no país, um lugar com trânsito caótico e áreas
degradadas com prédios abandonados, que podem ser melhor descritos como ruínas.
Na matéria publicada na edição de domingo
(10/11) o jornal cita que Salvador superou São Paulo em homicídios, embora
a capital paulista seja quatro vezes maior. O escritor Antônio Risério, um dos
entrevistados para a reportagem, admite que a classe média vive com medo na cidade.
A reportagem menciona casos recentes, de um
corpo decapitado encontrado na Estrada do Aeroporto, um linchamento no Bairro
da Paz de um suspeito de estupro e os irmãos mortos no acidente provocado pela
oftalmologista em Ondina.
A criminalidade, ressalta o jornal
americano, provoca prejuízos ao turismo. O Pelourinho é apontado como um local
onde é fácil ver adolescentes usando crack à luz do dia.
Na questão do tráfego e
mobilidade, não poderia deixar de ser citado o metrô, que suga dinheiro há mais de 16 anos e é prometido agora para depois da
Copa do Mundo, ao custo de mais 600 milhões de dólares.
O Times ouviu o prefeito de Salvador, ACM
Neto, e citou a contratação da consultoria McKinsey para melhorar a gestão da
cidade. Do secretário de Comunicação do estado, Robinson Almeida, ouviu a
justificativa padrão para as dificuldades no combate ao crime: o tráfico de
drogas.
Robinson mencionou as bases comunitárias de
segurança como uma estratégia que estava dando certo para reduzir a
criminalidade, mas o argumento acabou fragilizado pelo fato de que em uma
visita ao Nordeste de Amaralina, onde existe uma das tais bases, repórter
(Simon Romero) e fotógrafo (Maurício Lima, autor da imagem que ilustra este
texto) do jornal foram abordados por um garoto com uma pistola automática, que
quis saber o que eles faziam ali. O mesmo menino acabou contando que teve um
irmão morto pela polícia, que roubou seus documentos e dinheiro e “plantou” uma
arma com a vítima, forjando uma versão de confronto com os policiais.
A matéria termina citando o caso do menino
Joel, morador da região, que fez propaganda do turismo baiano para o governo
estadual e acabou morto dentro de casa, aos 10 anos, em 2010, durante uma
operação policial. A reportagem é complementada com um slide
show mostrando belezas e tragédias da primeira capital do Brasil.
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