FONTE: Sophia Kercher, The New York Times (mulher.uol.com.br).
Enquanto Kathleen Emmets
passava por um tratamento de câncer em Nova York nos últimos anos, seu peso
começou a cair. Mesmo sentindo náuseas frequentes e estando paralisada por uma
neuropatia induzida pela quimioterapia, ela brincava que a magreza era o
"bônus do câncer", e se pegava admirando no espelho a clavícula
saliente.
Kathleen, que hoje
tem 39 anos, encheu o armário de roupas tamanho extra pequeno. De noite,
apertava os dedos sobre os ossos protuberantes, dizendo a si mesma:
"Finalmente estou magra".
Mas só quando seu tratamento
de câncer mudou ficou claro que as questões de imagem corporal com as quais ela
lidava desde o começo dos 20 anos --quando comia quase nada e andava seis horas
por dia para driblar o estresse-- haviam começado a reaparecer. O novo
tratamento não a deixava enjoada, o apetite voltou e ela começou a ganhar peso.
Mas, ao invés de
celebrar o sinal de que a saúde estava melhorando, Kathleen afirma que sentia
falta de seu jeans tamanho 36 e se chocou ao ver a barriga mais arredondada e
os peitos cheios. Seu marido ficou preocupado porque, à medida que o corpo de
Kathleen parecia mais forte, ela passou a se impor restrições alimentares e a
perder peso novamente.
"Durante o
tratamento de câncer, o paciente não tem controle sobre seu corpo --você dá seu
corpo para o médico. Você consegue fazer isso porque quer viver. A restrição
alimentar é uma das coisas que lhe dão alguma sensação de controle quando tudo
o mais está caótico", afirma Kathleen, que escreveu sobre suas
experiências no site "The Manifest-Station".
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