terça-feira, 4 de agosto de 2015

PACIENTES USAM CÂNCER PARA ESCONDER TRANSTORNOS ALIMENTARES...

FONTE: Sophia Kercher, The New York Times (mulher.uol.com.br).

Enquanto Kathleen Emmets passava por um tratamento de câncer em Nova York nos últimos anos, seu peso começou a cair. Mesmo sentindo náuseas frequentes e estando paralisada por uma neuropatia induzida pela quimioterapia, ela brincava que a magreza era o "bônus do câncer", e se pegava admirando no espelho a clavícula saliente.

Kathleen, que hoje tem 39 anos, encheu o armário de roupas tamanho extra pequeno. De noite, apertava os dedos sobre os ossos protuberantes, dizendo a si mesma: "Finalmente estou magra".

Mas só quando seu tratamento de câncer mudou ficou claro que as questões de imagem corporal com as quais ela lidava desde o começo dos 20 anos --quando comia quase nada e andava seis horas por dia para driblar o estresse-- haviam começado a reaparecer. O novo tratamento não a deixava enjoada, o apetite voltou e ela começou a ganhar peso.

Mas, ao invés de celebrar o sinal de que a saúde estava melhorando, Kathleen afirma que sentia falta de seu jeans tamanho 36 e se chocou ao ver a barriga mais arredondada e os peitos cheios. Seu marido ficou preocupado porque, à medida que o corpo de Kathleen parecia mais forte, ela passou a se impor restrições alimentares e a perder peso novamente.


"Durante o tratamento de câncer, o paciente não tem controle sobre seu corpo --você dá seu corpo para o médico. Você consegue fazer isso porque quer viver. A restrição alimentar é uma das coisas que lhe dão alguma sensação de controle quando tudo o mais está caótico", afirma Kathleen, que escreveu sobre suas experiências no site "The Manifest-Station".

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