FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Especialista diz que uso de óculos escuros até
mesmo em dias nublados e atenção às mínimas alterações visuais contribuem para
a prevenção e o diagnóstico precoce da doença.
O
retinoblastoma é o câncer ocular mais comum em crianças pequenas. Ele atinge a
retina e muitas vezes é diagnosticado ao acaso, porque a criança apresentou um
brilho branco nos olhos ao tirar uma foto. Já entre os adultos, há dois tipos
de câncer que merecem muita atenção: o melanoma e o linfoma.
De
acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care
Hospital de Olhos, em São Paulo, ainda existe o câncer que tem origem em outro
órgão, como mamas ou pulmão, por exemplo, e depois acaba atingindo os olhos.
Mais do que prevenção, neste caso a palavra de ordem é diagnóstico precoce.
“O
tumor ocular, quando diagnosticado e tratado logo no início em crianças
pequenas, tem grandes chances de cura. Ao invés daquele reflexo vermelho
provocado pelo flash da máquina fotográfica, quando se nota um reflexo branco
nos olhos de um bebê é sinal de que algo está errado e de que é preciso levá-lo
a um oftalmologista sem demora. O retinoblastoma é um tipo comum de câncer
infantil, causado pelo crescimento de um tumor na camada celular da retina.
Hereditariedade é fator de risco que corresponde a apenas 10% dos casos. Os
outros 90% ainda têm causas desconhecidas. Portanto, é importante prestar muita
atenção aos olhos do bebê desde que nasce – conferindo sempre os reflexos nas
fotos”, diz Neves.
O
melanoma ocular, ou câncer de pele, pode atingir tanto a parte interna do globo
ocular (úvea), quanto a membrana que reveste e protege a córnea (conjuntiva).
De acordo com o especialista, apesar de o câncer de pele ser muito comum entre
homens e mulheres, o uso de óculos de sol contribui muito para proteger os
olhos da doença.
“O
melanoma ocular costuma ser assintomático, daí a importância da prevenção.
Quando alguns sinais começam a ser percebidos pelo paciente – com queixa de
alterações visuais constantes, moscas volantes, flashes luminosos, e até mesmo
descolamento da retina – é porque a doença se encontra num estágio com
prognóstico pouco favorável. Normalmente, esse tipo de câncer ocular acomete
pessoas entre 40 e 60 anos de idade, sendo necessário fazer um mapeamento da
retina, bem como uma ultrassonografia, além dos exames oftalmológicos comuns”.
Já o
linfoma ocular, embora raro, é mais facilmente percebido, já que implica no
crescimento anormal de uma massa de tonalidade rósea sobre a conjuntiva –
atrapalhando a visão até mesmo quando se esconde nos cantos das pálpebras.
Somente
a biópsia poderá dizer quando é um tumor benigno ou maligno. De todo modo, o
tratamento com radioterapia logo no início da doença tem se mostrado promissor.
“Pessoas
com o sistema imunitário mais vulnerável, como pacientes em tratamento de Aids,
são mais suscetíveis ao câncer ocular do tipo linfoma. Já os fatores de risco
para o melanoma ocular incluem pessoas brancas, olhos claros (verdes ou azuis),
idade superior a 45 anos, doenças hereditárias, excesso de exposição ao sol e
determinadas ocupações (pessoas que trabalham no campo, em alto-mar, ou nas
praias). Em todo caso, além de proteger sempre bem os olhos, vale a pena
visitar um oftalmologista a cada dois anos a partir dos 40 anos, ou sempre que
sentir alterações na visão, incluindo reflexos fotográficos diferentes dos
normais”, alerta Neves.
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