FONTE: Gabrielle Galvão, TRIBUNA DA BAHIA.
Existem cerca de 55 doenças
tabaco-relacionadas.
O risco
de câncer e doença cardíaca aumenta em pessoas fumantes. Dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) estimam que um terço da população mundial adulta sejam
fumantes e o tabagismo seja a principal causa de morte evitável no mundo. A
Secretaria Estadual de Saúde informou que este ano já foram registrados 181
óbitos por neoplasia maligna dos brônquios e dos pulmões na Bahia e 49 em
Salvador.
No
Brasil, um estudo recente sobre impacto econômico do tabagismo no SUS revelou
que são gastos cerca de R$ 23 bilhões com o tratamento de algumas das mais de
50 doenças relacionadas ao tabaco. Para alertar sobre os malefícios que o
tabagismo causa aos seus dependentes, o dia 31 de maio é considerado como o Dia
Mundial sem Tabaco e esse ano o tema da campanha é “Tabaco: uma ameaça ao
desenvolvimento”.
A pneumologista do Hospital São Rafael e doutoranda em
Circulação Pulmonar da UNIFESP, Camila Loureiro, disse que o tabagismo é
considerado uma doença pediátrica, em função de 70-80% dos fumantes se tornarem
dependentes na infância e na adolescência, antes dos 18 anos de idade.
“Felizmente, Salvador é uma das cidades com menor número de fumantes no Brasil.
Apesar da redução da prevalência no país ao longo dos últimos anos, ainda quase
30 pessoas morrem por hora vítimas do tabagismo ativo e passivo”, revelou.
A combustão do cigarro libera mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo nitrosaminas causadores de câncer.
Existem
cerca de 55 doenças tabaco-relacionadas, sendo o tabaco fator de risco para
seis entre as oito principais causas de morte no mundo, como as doenças
cardiovasculares, cerebrovas- culares, respiratórias crônicas e
neoplasias. Segundo dados do INCA, até 90% dos casos de câncer de pulmão estão
associados ao tabagismo, com 28 mil novos casos por ano no país.
“Na
maioria das vezes, trata-se de uma doença silenciosa nas fases iniciais, de
modo que existem protocolos para rastreamento bem estabelecidos nessa população
de pacientes. Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças
respiratórias, tais como tosse, dor torácica, falta de ar e chiado no peito.
Uma vez diagnosticado o câncer de pulmão, o tratamento deve ser
multidisciplinar, com seguimento por pneumologista, oncologista, cirurgião
torácico e/ou radioterapeuta, conforme cada caso”, pontuou a especialista.
O
diretor da Clínica ADS e cardiologista Luiz Agnaldo Souza explicou que, além
dos estragos aos pulmões e a estreita relação com o aparecimento de câncer, o
tabagismo também figura entre os vilões quando o assunto é a saúde
cardiovascular. “O cigarro é um dos maiores agressores do endotélio, a parede
das células que recobre os vasos sanguíneos. Ele interfere na produção de oxido
nítrico, o que torna a camada superficial dos vasos, o endotélio, mais
vulneráveis ao acúmulo de gordura e formação da temível placa de colesterol.
Interfere também no mecanismo de regulação responsável pela contração e
relaxamento dos vasos levando a fenômenos isquêmicos entre eles: o infarto do
miocárdio, a angina e o acidente vascular cerebral (derrame cerebral)”, esclareceu.
Adesivos e chicletes antifumo ajudam e blogs dão suporte
psicológico.
O
especialista lembrou que, os danos causados aos chamados fumantes passivos, que
absorvem a fumaça do tabaco acabam também tendo sua saúde prejudicada. Adesivos
e chicletes antifumo e até blogs para dar suporte psicológico para quem
intenciona parar de fumar estão à disposição, mas nem sempre deixar o hábito é
fácil. “Embora as pessoas conheçam os prejuízos do cigarro, sobretudo para a
saúde cardiovascular, parar é uma decisão difícil, deve haver muita força de
vontade para a mudança de atitude”, ressaltou Luiz Agnaldo Souza.
A
nicotina, presente no cigarro, também está associada à Doença de Alzheimer,
problema que afeta 1,2 milhão de pessoas no Brasil, segundo a Associação
Brasileira de Alzheimer. “O tabaco consegue acelerar a atrofia cerebral,
diminuir a circulação do sangue, desequilibrar a produção do oxigênio, causar
infartos silenciosos e ainda provocar inflamação no órgão, dando maior abertura
para o surgimento da doença de forma precoce”, explica o neurologista Thiago
Junqueira.
Os
sintomas iniciais são a perda de memória recente, quando o paciente passa a
esquecer dos objetos e não se lembrar de coisas do dia a dia durante as
conversas. “Com o avançar da doença, outros problemas vão surgindo, como
dificuldade para encontrar palavras, para se recordar de datas e de lugares e,
posteriormente, o raciocínio e a memória são afetados, em longo prazo, como o
reconhecimento de familiares”, detalha o neurologista, destacando outros fatores
de risco, como o traumatismo craniano intenso ou recorrente, hipertensão
arterial, AVC, obesidade, colesterol elevado, doenças cardíacas, diabetes e
obesidade. “Tudo isso, se atrelado ao tabagismo, ajuda a potencializar o
Alzheimer”, pontuou.
Adotar hábitos
saudáveis de vida é o primeiro passo para evitar o surgimento da maioria das
doenças ou retardar o seu início. No entanto, a pneumologista Camila Loureiro
afirmou que não há níveis nem formas seguras de exposição ao tabaco, mesmo se
fumante de poucos cigarros ao dia ou de outras formas de tabaco como o narguilé
ou o cigarro eletrônico. “A melhor estratégia para prevenir o risco de doenças
relacionadas ao tabagismo é não começar a fumar. E, uma vez tabagista, há
benefícios em parar de fumar em qualquer idade, independente da presença ou não
das doenças tabaco-relacionadas”, enfatizou.
Hábito de fumar potencializa o surgimento precoce do
Alzheimer.
nicotina,
presente no cigarro, também está associada
à Doença de Alzheimer, problema que afeta 1,2
milhão de pessoas no Brasil, segundo a Associação Brasileira
de Alzheimer. “O tabaco consegue acelerar a atrofia cerebral,
diminuir a circulação do sangue, desequilibrar a produção do oxigênio, causar
infartos silenciosos e ainda provocar inflamação no órgão, dando maior abertura
para o surgimento da doença de forma precoce”, explica o neurologista
Thiago Junqueira.
De
acordo com o médico, o Alzheimer é a enfermidade
neurodegenerativa mais frequente, que leva à morte de neurônios, sendo a
principal causa de demência em idosos. “Os sintomas iniciais são a perda de
memória recente, quando o paciente passa a esquecer dos objetos e não se
lembrar de coisas do dia a dia durante as conversas. Com o avançar da doença,
outros problemas vão surgindo, como dificuldade para encontrar palavras, para
se recordar de datas e de lugares e, posteriormente, o raciocínio e a memória
são afetados, em longo prazo, como o reconhecimento de familiares”, detalha
o neurologista.
O
Alzheimer costuma se manifestar principalmente em idosos, depois dos 70 anos,
mas também pode se desenvolver na fase adulta, aos 30 ou 40 anos, caso tenha
histórico familiar positivo da doença. Além desses aspectos de ocorrência, é
importante destacar outros fatores de risco: traumatismo craniano intenso ou recorrente,
hipertensão arterial, AVC, obesidade, colesterol elevado, doenças cardíacas,
diabetes e obesidade. Tudo isso, se atrelado ao tabagismo, ajuda a
potencializar o Alzheimer.
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