FONTE: Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além dos danos à
saúde pública, a produção e o consumo de produtos derivados do tabaco geram
importantes impactos socioambientais em todo o planeta – um deles é o uso de
lenha para aquecer estufas que secam as folhas de tabaco e que leva ao
desmatamento e ao desequilíbrio da biodiversidade em tempo de constantes
mudanças climáticas. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Dia Mundial sem
Tabaco 2017, lembrado hoje (31), a entidade adotou como tema da campanha
Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento. A proposta consiste em um apelo aos
países-membros para que implementem medidas consistentes de controle do tabaco,
incluindo a proibição de todo tipo de marketing e publicidade relacionados ao
assunto, a adoção de embalagens simples para os produtos e o aumento de
impostos especiais voltados para o setor.
Custos à saúde e à economia.
Dados da OMS mostram
que o consumo do tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas todos os anos e custa
aos lares e aos governos mais de US $ 1,4 trilhão, em razão de despesas com
saúde e da perda de produtividade. “O tabaco ameaça a todos nós”, alertou a
diretora-geral da OMS, Margaret Chan. “Ele exacerba a pobreza, reduz a
produtividade econômica, contribui para pobres escolhas alimentares domésticas
e polui o ar interior”, completou.
“Entretanto, por meio
da adoção de medidas robustas de controle, os governos podem salvaguardar o
futuro de seus países protegendo usuários e não usuários desses produtos
mortais, gerando receitas que financiam a saúde e outros serviços sociais,
salvando seus ambientes das devastações provocadas pelo tabaco”, disse Margaret.
Cicatrizes ao meio
ambiente.
Ainda segundo a OMS,
os impactos do tabaco e de seus derivados na natureza envolvem dados como:
- Resíduos de tabaco
contêm mais de 7 mil produtos químicos tóxicos que envenenam o meio ambiente,
incluindo carcinogênicos humanos.
- Emissões de fumaça
proveniente do tabaco contribuem com milhares de toneladas de carcinogênicos
humanos, tóxicos e gases de efeito estufa para o meio ambiente.
- Cerca de 10 bilhões
dos 15 bilhões de cigarros vendidos todos os dias no mundo são descartados no
meio ambiente.
- Bitucas de cigarro
respondem por 30% a 40% de todos os itens coletados em limpezas costeiras e
urbanas.
Ameaça a mulheres e crianças.
A entidade alerta
ainda que o tabaco representa ameaça a todo tipo de população e também ao
desenvolvimento nacional e regional dos países sob diversos aspectos,
incluindo:
- Pobreza: cerca de 860 milhões de fumantes
adultos vivem em países de baixa e média renda. Estudos mostram que nos lares
mais pobres, gastos com produtos derivados do tabaco representam mais de 10% do
orçamento, o que significa menos renda para alimentação, educação e saúde.
- Infância e educação: as plantações de
tabaco comprometem o acesso de crianças à escola, já que entre 10% e 14% das
famílias que vivem em fazendas onde o produto é cultivado perdem aula em razão
do trabalho na lavoura.
- Mulheres: entre 60% e 70% dos trabalhadores de
lavouras de tabaco são mulheres, o que as coloca em contato constante com
produtos químicos perigosos à saúde.
- Saúde: o tabaco responde por cerca de 16% de
todas as mortes provocadas por doenças crônicas não transmissíveis.
Brasil.
Dados do Instituto
Nacional do Câncer indicam que, em 2011, foram gastos R$ 23 bilhões com o
tratamento de algumas das mais de 50 doenças relacionadas ao tabaco. Já a
arrecadação com impostos sobre cigarros recolhidos no mesmo ano foi da ordem de
R$ 6 bilhões.
“Mas o custo do
tabagismo no Brasil, avaliado pela pesquisa, ainda está subestimado: não
incluiu o custo gerado pelo absenteísmo, a perda de produtividade, as despesas
das famílias, entre outros gastos indiretos relacionados ao tabaco”, destacou o
órgão.
Durante as atividades
do Dia Mundial sem Tabaco, está prevista a divulgação de novo estudo com dados
atualizados sobre o impacto econômico do tabagismo no Brasil, incluindo custos
com a perda de produtividade.
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