FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
As espécies, até então desconhecidas, foram encontradas na Bahia por cientistas apoiados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
A Mata
Atlântica, o bioma mais ameaçado do Brasil, acaba de ganhar duas novas espécies
de pererecas. Uma delas tem apenas dois centímetros com grandes tímpanos para
seu gênero, batizada de Phyllodytes megatympanum. A outra, chamada de
Dendropsophus nekronastes, possui a forma da cabeça mucronada (pontiaguda), o
que é uma característica diferente da dos outros anfíbios do mesmo grupo. As
espécies, até então desconhecidas, foram encontradas na Bahia por cientistas
apoiados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
O
primeiro indivíduo, encontrado em Ilhéus (BA), foi localizado pelo som emitido
entre folhas de bromélias no topo das árvores. “Suspeitávamos que as bromélias
poderiam esconder uma nova espécie, pois escutamos um canto e não conseguimos
associá-lo a nenhuma já conhecida”, afirma Mirco Solé, coordenador técnico do
projeto Diversidade e Estrutura Genética dos Anfíbios do Corredor Central da
Mata Atlântica do Sul da Bahia - desenvolvido pelo Instituto Dríades de
Pesquisa e Conservação da Biodiversidade.
A
espécie, que estava a seis metros do chão, tem uma coloração marrom
relativamente uniforme, mantendo as características do gênero Phyllodytes, do
qual fazem parte espécies como Phyllodytes luteolus, popularmente conhecidas
como perereca-das-bromélias. Além do tímpano maior que o normal, a mancha
amarela entre as pernas também é uma característica específica. Solé acredita
que a perereca recém-descoberta deva ser classificada pela União Internacional
para Conservação da Natureza (IUCN) como ameaçada, mas com ressalvas pela falta
de dados, já que habita locais de difícil acesso e foi descrita há pouco tempo
- o artigo de descrição da espécie foi publicado em março pela revista Zootaxa.
Já a
espécie Dendropsophus nekronastes foi encontrada em um corpo d’água próximo ao
cemitério da cidade de Almadina, também localizada na Bahia. “Por causa da
história peculiar, a perereca foi batizada com a nomenclatura “nekronastes”,
que remete a algo que vive entre os mortos”, relata o pesquisador Iuri Ribeiro
Dias, que também fez parte do projeto.
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