Enquanto
somos crianças, é normal e pouquíssimo preocupante aparecerem pintas e sardas pelo corpo. Mas, quando esses sinais
de pele surgem na fase adulta, é bom ficar atenta: eles podem indicar desde o envelhecimento precoce até o câncer de pele.
“As sardas em áreas como face, colo, pescoço,
tronco superior e mãos são decorrentes de exposição solar desprotegida ao longo
dos anos e têm origem benigna. Elas geralmente sinalizam o fotoenvelhecimento da pele”,
diz Luciana de Abreu, dermatologista da clínica Dr. André Braz. O
fotoenvelhecimento, vale lembrar, é o envelhecimento precoce da pele causado
pela exposição aos raios solares.
Já
as pintas inspiram mais cuidados, especialmente quando são planas, irregulares e com mais
de uma cor, segundo Vanessa Mussopapo, dermatologista do Hospital
Santa Paula. “Na maioria das vezes, essas pintas podem sinalizar um câncer de
pele ou um melanoma, que é o tipo de câncer de pele mais grave”, diz.
Mas
calma, tem um alívio no meio disso tudo: sabe as pintas altas e molinhas? Não
são motivo para dor de cabeça. “Diferentemente do que todo mundo pensa, elas
geralmente são benignas”, garante Vanessa. Ufa!
ABCDE
das pintas e sardas.
Para
facilitar a vida de todo mundo, a dermatologia moderna inventou a regra do ABCDE, que
ajuda a saber quando um desses sinais é suspeito e precisa da avaliação de uma
médica especialista. Funciona assim: se a pinta ou a sarda tiver qualquer uma
das seguintes características, já agende sua consulta.
A –
assimetria (se a pinta for dividida ao meio, um lado é diferente do outro).
B –
bordas irregulares.
C –
cores diferentes (duas cores ou mais – marrom, preto, azul, branco e vermelho,
normalmente).
D –
diâmetro maior que 6 mm.
E –
evolução da pinta (se ela cresceu ou mudou de cor, por exemplo).
Além
do ABCDE, um alerta que Luciana e Vanessa dão é sobre sintomas físicos que
venham com uma pinta ou uma sarda. Coçou? Ardeu? Doeu? Sangrou? Não espere,
não, mulher: corra a uma dermatologista para ver o que é isso. Só no
consultório médico poderá ser verificado se é um caso maligno ou não.
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No
consultório da dermatologista.
Então
você desconfiou que algo não estava muito bem e foi à dermatologista. Ótimo!
Sua pinta ou sarda será examinada para concluir se ela é do bem ou do mal.
“Realizamos
a dermatoscopia,
que é um exame na pinta ou na sarda com um aparelho chamado dermatoscópio. Ele
consegue identificar estruturas que podem sugerir se ela é benigna ou maligna”,
explica Vanessa. Luciana nos dá uma imagem mental do que é esse exame: “É uma
lente de aumento que colocamos diretamente sobre a lesão”.
Caso
haja suspeita de algo maligno (câncer de pele ou melanoma), é feita uma biópsia. “É retirado
todo o sinal e enviado ao laboratório para análise. Depois de duas ou três
semanas, chega o resultado e são definidas as condutas necessárias para tratar
a lesão”, conta Luciana.
Em
qualquer parte do corpo.
Embora
sejam mais comuns nas áreas expostas ao sol, as pintas e sardas podem surgir em
qualquer parte do corpo. E, quanto mais improvável
a localização delas,
maior o alerta. “Quando estiverem em regiões como axilas, área genital,
nádegas, palmas das mãos e plantas dos pés, merecem mais atenção, principalmente
se forem recentes”, adverte Luciana.
Até
sob as unhas elas podem aparecer! Se isso ocorrer e seu primeiro impulso for
cobrir tudo com esmalte, pense duas vezes. “Isso faz essas pintas terem um pior
prognóstico quando se tratam de um melanoma”, afirma Vanessa.
O
conselho de Vanessa é que nós “decoremos” quais são e onde estão nossas pintas:
“O autoexame físico é muito importante, olhar-se no
espelho e saber se há alguma modificação em uma pinta, se apareceu uma pinta
nova. Daí já dá para saber que deve procurar ajuda. Quanto mais cedo um
melanoma for diagnosticado, mais chances de cura a pessoa tem”.
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