FONTE: Da Redação, TRIBUNA DA BAHIA.
Oito pessoas foram indiciadas por homicídio e
tentativa de homicídio, entre elas um dos sócios da rede de Farmácias Pague
Menos.
A
delegada Thaís Siqueira, titular da 18ª Delegacia Territorial (DT), de
Camaçari, anunciou, nesta sexta-feira (26), a conclusão do inquérito sobre a
investigação do incêndio que vitimou fatalmente dez pessoas e feriu outras
nove, ocorrido numa farmácia, em Camaçari, em 23 de novembro de 2016.
Oito
pessoas foram indiciadas por homicídio e tentativa de homicídio, entre elas um
dos sócios da rede de Farmácias Pague Menos.
Acompanhada
do perito criminal Eduardo Rodamilans, coordenador de Engenharia Legal do
Departamento de Polícia Técnica (DPT), a delegada disse aos jornalistas,
reunidos no auditório do edifício-sede da Polícia Civil, na Piedade, que chegou
a essa conclusão baseada no depoimento de mais de 60 pessoas e nos laudos
produzidos pelo DPT.
Segundo
ela, os envolvidos agiram diretamente para o desfecho dos fatos ao infringir as
normas regulamentares relacionadas ao trabalho de manutenção que vinha sendo
realizado na loja.
As oito
pessoas vão responder por homicídios por dolo eventual e tentativas de
homicídio das nove vítimas que ficaram feridas.
Dois
funcionários da empresa de manutenção Chianca, foram indiciados por homicídio
culposo, visto que agiram com negligência.
No
local do incêndio, a perícia encontrou botijões de gás GLP e soldas elétricas
que estavam sendo utilizadas pelos operários que trabalhavam nas obras de
reparo do telhado e do sistema de ar condicionado da loja.
O
perito Eduardo Rodamilans explicou que várias irregularidades foram observadas
na execução da obra, expondo a riscos os funcionários e clientes do local.
“O gás
GLP estava sendo utilizado para soldar objetos num ambiente fechado e sem
ventilação adequada, o que aumenta o risco de explosões. Além disso, os
materiais inflamáveis não foram retirados da loja durante a obra”, exemplificou
o perito, acrescentando que a explosão causou o desabamento da estrutura da
loja.
O
inquérito concluído pela delegada Thaís Siqueira foi remetido ao Ministério
Público (MP), de Camaçari, no final de março, e contava com mais de 350
páginas. “Não restou dúvidas de que todos os indiciados sabiam dos riscos e,
mesmo assim, consentiram a abertura da loja naquele dia”, salientou,
acrescentando que os laudos do DPT foram fundamentais para a conclusão dos
trabalhos.
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