FONTE: Paula Laboissière, Repórter da
Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Com a publicação, a PrEP deve
passar a ser distribuída em até 180 dias na rede pública de saúde.
Portaria do
Ministério da Saúde publicada hoje (29) no Diário Oficial da União torna pública
a decisão de incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) o antirretroviral
Truvada como profilaxia pré-exposição (PrEP) para populações sob maior risco de
infecção por HIV.
A estratégia consiste
no consumo diário do medicamento por pessoas que não têm o vírus, mas que estão
mais expostas à infecção, como profissionais do sexo, homossexuais, homens que
fazem sexo com homens, pessoas trans e casais sorodiscordantes (apenas um dos
parceiros é soropositivo).
Com a publicação, a
PrEP deve passar a ser distribuída em até 180 dias na rede pública de saúde.
De acordo com o
ministério, o Brasil é o primeiro país da América Latina a adotar a estratégia
como política de saúde pública. A PrEP já é utilizada em nações como Estados
Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá, onde é comercializada na rede privada,
além de França e África do Sul.
O investimento
inicial do governo brasileiro será de US$ 1,9 milhão para a aquisição de 2,5
milhões de comprimidos. A quantia deve atender a demanda pelo período de um
ano.
Prevenção combinada.
A estimativa do
ministério é que a estratégia no Brasil seja utilizada por cerca de 7 mil
pessoas que integram as chamadas populações-chave, no primeiro ano de implantação.
A PrEP, segundo a
pasta, se insere como uma estratégia adicional dentro de um conjunto de ações
preventivas que inclui a testagem regular, a profilaxia pós-exposição, a
testagem durante o pré-natal e o uso de preservativo, entre outros.
Fazer parte de um dos
grupos, portanto, não é o único critério para indicação da PrEP. Profissionais
de saúde farão também uma espécie de análise de vulnerabilidade do paciente,
levando em consideração o comportamento sexual e outros contextos.
A previsão é que, de
imediato, a estratégia seja adotada em 12 capitais onde já há experiência nesse
tipo de tratamento e, até o fim do primeiro ano de implantação, em todas as
capitais brasileiras.
Estudos.
Evidências
científicas disponíveis demonstram que o uso de antirretrovirais pode reduzir o
risco de infecção por HIV em mais de 90%, desde que o medicamento seja tomado
corretamente, já que a eficácia está diretamente relacionada à adesão. A PrEP,
entretanto, não substitui o uso da camisinha.
HIV no Brasil.
Dados do último
boletim epidemiológico do ministério revelam que 827 mil pessoas vivem com
HIV/Aids no Brasil atualmente. Desse total, 372 mil ainda não estão em
tratamento, sendo que 260 mil já sabem que estão infectadas e 112 mil não sabem
que têm o vírus.
A Aids, no país, é
considerada uma doença estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1
casos para cada 100 mil habitantes. Ainda assim, o número representa cerca de
40 mil novos casos ao ano.
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