FONTE: Gabriela Guimarães e Marina Oliveira, Colaboração para o UOL (http://estilo.uol.com.br).
Fazer sexo sem ter como único objetivo o orgasmo.
Esse é o princípio defendido pelos que pregam a retenção orgástica, uma técnica
que vem da filosofia Tantra e que promete aumentar a duração da transa,
favorecer a intimidade entre o casal e, ainda, intensificar o prazer.
Conversamos com especialistas para esclarecer dúvidas comuns sobre o tema.
Confira, a seguir.
O que é a retenção orgástica?
É uma técnica que visa retardar ou evitar o
orgasmo, de forma que o casal consiga curtir mais a transa. A intenção é tirar
o foco do gozo, para que ambos percebam que o sexo como um todo pode ser
prazeroso. A retenção também aumenta a conexão entre os dois, já que
dificilmente um homem e uma mulher conseguem se excitar na mesma velocidade e
com a mesma intensidade. E, sem a pressão pelo orgasmo, fica mais fácil
alcançarem a mesma sintonia e permanecerem nela enquanto for agradável para os
dois.
Ao segurar, o orgasmo vem mais
intenso?
Sim. Os homens conseguem manter a ereção por mais
tempo, assim como as mulheres permanecem lubrificadas por um período mais longo
também. A retenção aumenta a sensibilidade de ambos, e, segundo os
especialistas, é mais provável que orgasmos intensos e até múltiplos aconteçam.
Faz mal segurar orgasmo?
Não. O processo que leva ao orgasmo se desenvolve
em etapas: a mulher é envolvida pelo cheiro do parceiro, pelo toque e só depois
pelo contato no genital. Mas todas as fases são estimulantes. Já o homem se
excita desde o primeiro contato físico e sente prazer enquanto houver toque,
até chegar ao ápice dessa sensação. Mas apenas postergar esse pico não é
prejudicial. Contudo, o homem pode sentir um desconforto no pênis se demorar
muito para ejacular, porque a região genital recebe um fluxo maior de sangue
durante o sexo, que só vai cessar com a ejaculação.
É difícil fazer?
É necessário ter controle da respiração, perceber
cada reação do corpo e conhecer os próprios limites. O mais importante é saber,
antes, quando o orgasmo está prestes a acontecer. Durante a transa, os
especialistas indicam fechar os olhos, inspirar profundamente e concentrar-se,
sempre que houver a intenção de segurar o clímax. Homens não devem arquear as
costas, porque a postura propicia a perda de controle da ejaculação.
Quais os primeiros passos?
Para atingir o autocontrole durante a transa, é
preciso treinar. Assim como não é possível sair do sedentarismo em um dia e
encarar uma corrida de 10 quilômetros na manhã seguinte, é muito difícil
postergar o orgasmo por horas logo de cara. Então, a orientação dos
especialistas é ter paciência. Uma dica é iniciar a transa sem muita excitação.
Ao perceber o tesão, a estratégia é respirar profundamente e controlar o ritmo
dos movimentos que geram prazer. Se preciso, o pênis pode ser retirado da
vagina. Contrair o ânus, segundo os especialistas, também ajuda a segurar o
orgasmo. Na primeira semana, o casal pode tentar postergar o orgasmo por,
aproximadamente, dez minutos. Na segunda semana, pode tentar vinte minutos e ir
aumentando gradualmente. Será preciso perceber até quando é confortável e
possível para os dois continuar curtindo a relação, sem gozar.
Há exercícios que ajudam?
Contrair os músculos pélvicos várias vezes ao dia,
como se fosse segurar o xixi, favorece a retenção orgástica. Homens e mulheres
também podem fazer exercícios de pompoarismo. Elas podem começar introduzindo
um dedo no canal vaginal, apertando-o algumas vezes, para perceber a força que
têm na região. Um exercício comum nas academias é recomendado para ambos: basta
deitar com as costas em um colchonete, com as pernas dobradas e os pés apoiados
no chão. Então, elevar o glúteo contraído, segurar dez minutos o quadril lá em
cima e, só então, voltar para o apoio no chão. O movimento pode ser repetido de
15 a 30 vezes por dia.
Quem deu as informações: Alex Meller, urologista da
Unifesp; Daniel Carletti, terapeuta corporal e massagista tântrico, Fabiane
Berta, ginecologista mestre em menopausa e terapias hormonais pela Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Ísis Ahava, pesquisadora de artes
sensuais e coach de sexualidade e relacionamentos.
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