FONTE: Do UOL, (http://estilo.uol.com.br).
De acordo com um estudo apresentado no Congresso
da Sociedade Europeia de Medicina Oncológica, em Madri, na Espanha, o acúmulo
de gordura no abdômen é mais perigoso do que o peso do corpo, quando se trata
de risco de câncer em mulheres na pós-menopausa.
“A descoberta reacendeu o debate sobre as
prioridades no controle de peso em mulheres nesse grupo de idade, que são mais
propensas ao ganho de peso abdominal”, disse uma das pesquisadoras Line Maersk
Staunstrup. “Quando falamos de risco de câncer, o IMC (Índice de Massa
Corporal) e a porcentagem de gordura não são medidas adequadas, já que falham
em taxar a distribuição de massa gorda no corpo”, explicou.
O estudo foi feito com 5.855 mulheres com cerca
de 71 anos. Todas elas fizeram um exame chamado densitometria por dupla emissão
de raios-X (DEXA), que avalia a gordura corporal e sua composição. As
participantes foram observadas durante 12 anos.
A pesquisa encontrou 811 cânceres nas mulheres e
descobriu que a gordura abdominal era um preditor significante da doença. O IMC
e a porcentagem de gordura não tiveram nenhuma relação significante.
Outros fatores de risco foram a idade, terapias
de reposições hormonais e o cigarro, mas depois de controlados esses fatores, a
taxa de gordura continuou sendo um risco significante.
Carboidratos são responsáveis pelo acúmulo de gordura
abdominal.
“A maioria das mulheres idosas pode usar essa
informação, já que é sabido que a transição para a menopausa aumenta o acúmulo
de gordura na circunferência abdominal. Por isso elas devem ser ainda mais
cuidadosas com seu estilo de vida quando se aproximam dessa fase da vida”,
disse Line.
Ao comentar o estudo, Andrea De Censi, médica do
Hospital Galliera, em Genova, na Itália, disse que a pesquisa providencia uma
confirmação importante no papel da obesidade e particularmente da resistência à
insulina na pesquisa de diversos tipos de cânceres.
“O aumento da insulina, resultado do consumo
exagerado de carboidratos simples como batatas, trigo, arroz e milho, resulta
no acúmulo de gordura abdominal”, explicou. Segundo ela, a insulina também tem
efeitos na produção de hormônios, e as células adiposas no tecido aumentam a
inflamação crônica pelo corpo, outro fator de risco de câncer.
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