O início
dos testes em humanos da vacina contra zika será adiado em quase um ano. A
previsão era de que a fase 1 dos ensaios clínicos começasse em janeiro de 2018,
mas dificuldades financeiras podem atrapalhar a iniciativa brasileira, que
corre contra o tempo na disputa científica entre outras 40 linhas de pesquisa
que buscam a vacina no mundo.
Até
agora, a versão nacional, desenvolvida pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará,
em parceria com a Universidade do Texas, é uma das mais promissoras.
Uma única
dose foi capaz de proteger fêmeas e filhotes de ratos e macacos da microcefalia
e de outras alterações neurológicas causadas pelo vírus.
Mas, para
manter o ritmo, os pesquisadores dependem da fatia mais generosa dos R$ 100
milhões prometidos pelo Ministério da Saúde para a produção das doses que serão
testadas em humanos.
No
entanto, a fábrica de Biomanguinhos, da Fiocruz, precisará passar antes por
mudanças estruturais, explicou o diretor do Evandro Chagas, Dr. Pedro
Vasconcelos: “eles dizem que no momento é preciso readequar instalações,
preparar células de acordo com exigências internacionais, que não dispõem disso
e, por isso, vai haver certo atraso”.
Ainda
assim, uma manobra deve manter o calendário de entrega da vacina para 2021. O
Ministério da Saúde estuda acelerar o processo dos ensaios clínicos em humanos,
que consiste em três fases.
No
período, que será abreviado, são observadas a segurança da dose e a capacidade
de produzir uma resposta imune.
“Fazer
quase simultaneamente o ensaio clínico fase 1 e 2, com a diferença de não um
ano, mas de três a seis meses, o que poderia acelerar o processo”, disse o
diretor do Evandro Chagas.
Manter o
cronograma é importante porque, levando em conta o ciclo do vírus, estudos não
descartam uma nova onda epidêmica de zika entre 2021 e 2023.
Em nota,
o Ministério da Saúde confirma o adiamento do início dos testes em humanos para
setembro de 2018 e a intenção de acelerar o processo de desenvolvimento da
vacina da zika.
Informa
ainda que os ensaios só terão início após a produção dos lotes clínicos,
avaliações pré-clínicas e a aprovação deste estudo pelo comitê de ética da
Fiocruz/Biomanguinhos.
*** Informações da repórter Carolina
Ercolin.
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