Cientistas
já sabem que a dieta de restrição
calórica diminui a gordura corporal e aumenta a expectativa de
vida. Mas pesquisadores acabam de descobrir que contar calorias pode
ter um “efeito colateral” interessante – deixar mais peludo.
Ao menos é o que ocorre com camundongos submetidos ao regime. Esse é o
resultado de um trabalho de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP)
divulgado na revista científica Cell Reports nesta terça-feira.
Segundo
os autores, isso se dá provavelmente como uma adaptação evolutiva dos animais
para permanecerem quentes, e vivos, em uma situação de escassez de alimentos.
Com o emagrecimento, também diminui a gordura que ajuda a deixar seus corpos aquecidos.
A pele dos animais responde, então, estimulando o crescimento de pelos. Também
foi observado o aumento da circulação sanguínea e uma alteração no metabolismo
para aumentar a eficiência energética.
O
trabalho, coordenado pela pesquisadora Maria Fernanda Forni e orientado por
Alicia Kowaltowski, professora do Instituto de Química da USP, demonstra que as
mudanças nos pelos e na pele dos animais ocorreu apenas poucos meses depois do
início do experimento. O grupo comparou a evolução ao longo de seis meses de
camundongos que podiam comer à vontade, quando quisessem, com animais com
restrição de 60% das calorias consumidas pelo primeiro grupo.
Os
primeiros, eventualmente, apresentaram sobrepeso. Já os segundos perderam
metade da sua massa corpórea e passaram a apresentar pelos mais longos e
grossos.
No
nível celular, a restrição calórica levou a uma expansão das células-tronco de
folículos capilares, levando ao seu crescimento e também a maiores taxas de
retenção. Em comparação com o grupo que podia comer à vontade, os animais em
dieta apresentaram três vezes mais vasos sanguíneos e maior circulação de
sangue quente para a superfície da pele, de modo que eles perdiam menos energia
para se manter aquecidos.
*** Com Estadão Conteúdo.
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