FONTE:
Larissa Leiros Baroni, Do UOL, em São Paulo, (http://noticias.uol.com.br).
Além de rica em
vitamina C, a laranja-da-baía --aquela sem semente-- também pode ser uma importante
aliada para o bom funcionamento do seu intestino. É o que aponta um estudo
realizado pelo Centro de Pesquisa em Alimentos da USP (Universidade de São
Paulo), que comprovou a relação da ingestão do suco da fruta a mudanças na
composição da flora intestinal.
Mudanças que, como
define a bióloga Elisa Brasili, autora do estudo, são "bastante
positivas" e favorecidas pelo "aumento das famílias de bactérias Veillonellaceae
e Ruminococcaceae", que, entre outros benefícios, reestruturam a flora e reduzem as doenças inflamatórias
intestinais, tais como a doença de
Crohn, a retocolite ulcerativa e outras inflamações de cólon.
Outro tipo de laranja
analisado pelo estudo foi a laranja-cara-cara, que não é comumente
comercializada no Brasil, mas que também favorece a flora intestinal.
"Neste caso,
observamos um aumento significativo nas famílias das bactérias Mogibacteriaceae
e Tissierellaceae, que são alteradas em vários tipos de doenças,
tais como o Parkinson."
Todas as laranjas podem ter esse efeito?
Não se sabe se outros
tipos de laranja podem ter o mesmo efeito. Essas espécies foram escolhidas para
a pesquisa por serem ricas em licopeno, substância
"anti-inflamatória" e capaz de bloquear o crescimento de células
cancerígenas.
"Esse diferencial
nos fez pensar que esses dois tipos de laranja poderiam ter um efeito ao
organismo diferente das outras. E conseguimos provar isso."
Os resultados do
estudo foram observados em um ensaio clínico realizado com 21 voluntários
saudáveis de 20 a 43 anos. A flora intestinal de cada um deles foi analisada
antes e depois de eles tomarem 500 ml de suco diariamente por uma semana.
Ingestão tem que ser
contínua.
Mas, como destaca
Brasili, as mudanças na flora intestinal dependem da ingestão frequente dos sucos de laranja-da-baía e
laranja-cara-cara. Não adianta
tomar o suco uma única vez. Isso porque basta
mudar os padrões da dieta, que a flora intestinal se altera novamente. "É como tomar probióticos. Quando você ingere, há
benefícios. Quando para de tomar, os benefícios diminuem."
Os estudos ainda são
preliminares e, segundo a pesquisadora, ainda não é possível recomendar a
ingestão dos sucos para pacientes que sofrem de doenças inflamatórias
intestinais crônicas ou que têm a composição da flora intestinal alterada, como
os obesos. "O próximo passo é fazer ensaio clinico com voluntários não
saudáveis."
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