A
principal razão para esse aumento é a falta de chuvas, que leva ao acionamento
de usinas térmicas, muito mais caras que as hidrelétricas.
Em um ano de inflação
baixa, a conta de luz deve ter um peso extra no bolso dos consumidores. Segundo
estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o reajuste médio
nas contas ficará acima de 10% este ano. Em alguns casos, a alta deve superar a
casa dos 20%. As razões para esse aumento, muito acima do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) previsto para o ano, são a falta de chuvas,
que levou ao acionamento de usinas térmicas, muito mais caras que as
hidrelétricas, mas também os subsídios embutidos na conta de luz, que não param
de crescer, e segundo executivos do setor, erros de planejamento.
De acordo com Romeu
Rufino, presidente da agência, os aumentos da conta de energia devem ter
comportamento semelhante aos autorizados para os clientes fluminenses da Light
e Enel Rio. Nesta semana, a Aneel autorizou um aumento tarifário médio de
10,36% nas tarifas da Light, que atende a cidade do Rio e outros 30 municípios
do Estado. Na Enel Rio, que fornece energia para Niterói e outras 66 cidades
fluminenses, a alta, em média, foi de 21,04%.
A diferença entre os
índices autorizados para cidades tão próximas tem explicação. Na Light, houve
reajuste ordinário, que é feito todos os anos. Já para a Enel Rio foi realizada
a revisão tarifária, processo que é realizado de quatro em quatro anos para
manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Nas revisões, as
empresas são reembolsadas por investimentos feitos na expansão da rede e na
melhoria dos serviços.
Segundo Rufino, os
consumidores, de forma geral, devem esperar comportamento semelhante ao
verificado nos casos da Light e da Enel Rio. Os reajustes anuais devem ser da
ordem de 10%. É o caso de empresas como Eletropaulo (São Paulo) e Copel
(Paraná), por exemplo. Mas, para aqueles atendidos pelo grupo de empresas que
vão passar por revisão tarifária, a alta deve ser de cerca de 20% - caso da
Cemig (Minas), RGE Sul (Rio Grande do Sul) e Energisa (em Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul), entre outras.
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