No universo dos
artigos eróticos, a regra é uma só: expandir e maximizar o tesão.
Todo mundo acha curioso
e até um pouco engraçado, mas, são poucos os que possuem a coragem de admitir
que usam. Os produtos eróticos aguçam a imaginação das pessoas e
incrementam a vida sexual.
Não é uma vergonha
querer dar um 'upgrade' no prazer a dois ou três (e deixar o outro pedindo
mais) ou até mesmo se auto satisfazer com estes aparelhos. No universo dos
sexshops há diversos artigos para todos os gostos, sabores, tipos, formatos,
texturas, preços e tamanhos.
E por falar em tamanho,
há desde os ditos ‘normais’ ao ‘ultra avantajado’, que pode causar olhares
curiosos, risos comedidos ou gargalhadas ruidosas. No universo dos
artigos eróticos, a regra é uma só: potencializar a libido e expandir o
tesão.
Engana-se quem pensa
que somente as mulheres são as únicas consumidoras dos brinquedos
sexuais. Adriano Sacramento, 39 anos, é o dono do ‘Chamas do Amor Sexshop’ e relata
que a procura dos homens por este tipo de produto tem crescido. “É curioso,
porque a minha clientela masculina é grande e vem crescendo a cada dia. Hoje os
homens procuram mais este tipo de produto para levar para a parceira e
apimentar a relação. Antes ficava restrito só para a mulher”, fala o empresário
que já teve uma locadora de vídeos pornôs.
Segundo ele, os casais
homoafetivos têm aumentado o consumo por este tipo de produto, gays tendem a
levar as próteses, as mulheres heterossexuais e lésbicas compram mais
vibradores e cosméticos. Em sete anos de existência, Adriano relata um caso
curioso. “ Aqui a gente vê de tudo então eu tô acostumado, mas, o que causou
espanto foi um cara procurando uma boneca inflável em formato de cabra. Eu não
acreditei quando ouvi”, disse.
De acordo com as
informações contidas no site da Associação Brasileira das Empresas do Mercado
Erótico e Sensual (Abeme) os cinco produtos mais consumidos entre os homens no
Brasil são lubrificante anal, gel excitante masculino, gel retardador da
ejaculação, anel peniano (com ou sem vibrador) e gotas afrodisíacas ou bebidas
energéticas e bomba peniana (desenvolvedor peniano).
Já para as mulheres, os
mais vendidos são o excitante feminino, lubrificante íntimo com aquecedor, gel
para sexo oral, lingerie sexies e vibradores em geral. A reportagem entrou em
contato com a associação para saber dados estatísticos do mercado erótico no
Brasil e suas particularidades, mas, até o fechamento desta matéria, não
obteve retorno.
Chá de lingerie e coach
para mulheres.
Por gostar de conversar
de sexo com as amigas, a empresária Bárbara Sacramento, de 33 anos, fundou com uma
sócia a loja online ‘Sattva’, cujo significado em sânscrito é “equilíbrio
emocional e energético”.
Ela é organizadora de
chás de lingerie e coach (profissional com o objetivo de maximizar a
performance humana para o alcance de metas) que trabalha com o público
consumidor feminino. “ A gente tem uma linha de trabalho de empoderar a mulher
em afirmar que ela pode sim, ser protagonista da sua vida sexual.O lema
'Seja a Mulher da Sua Vida' é sobre uma mulher que fala com e para as
mulheres”, explica Bárbara. Segundo ela, muitas mulheres ainda têm vergonha de
entrar em uma loja de sexshop e por isso, procuram lojas online para comprar os
produtos.
“Existem casos de
mulheres que nunca viram um vibrador, uma prótese peniana. Umas não podem ouvir
a palavra sexo anal que acham um absurdo, outras não vestem calcinhas vermelhas
porque alguém da família disse que aquilo é coisa de prostituta. A mulher
deve se conscientizar que usar (os produtos) dá prazer para elas também. Elas
devem primeiro buscar dar tesão a si próprio para depois se doar a alguém”,
complementa .
Falar sobre sexo ainda
é um tabu.
Para Izaura Cruz,
professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia e
pesquisadora sobre sexualidade, os brinquedos eróticos nos dias de hoje, potencializam
o fetiche. “Estes brinquedos realizam uma fantasia sexual, um desejo do momento
em que se cria outras possibilidades para o sexo. Eles proporcionam um prazer
momentâneo. É um jogo sexual no qual pode ser feito e desfeito de acordo com a
vontade dos participantes”.
A pesquisadora salienta
que apesar da fama destes artigos, falar sobre sexo ainda é um assunto
considerado tabu na sociedade.
“Se fala do sexo dos
outros, mas não da nossa própria vida sexual. A cultura da gente é
impregnada de valores morais e religiosos que vincula o ato de transar à
reprodução. Se a pessoa começa a falar que gosta de fazer sexo por
prazer, no sentido recreativo, ela ainda é mal vista pelos outros. Por
isso é que muitas pessoas quando vão a um sexshop ficam envergonhadas porque
isso é visto como uma coisa fora da norma, uma subversão e isso recai com mais
intensidade para as mulheres, que tendem a ser qualificadas como lascivas,
transgressoras, uma mulher que comercializa o corpo”, diz a professora.
Izaura considera a luta
do movimento feminista essencial para empoderar as mulheres. “A mulher tem
desejos e tem fantasias. Não pode ser vista somente para dar prazer ao homem.
Ser protagonista de si próprio é importante para ela se sentir bonita,
atraente e estimada”.
Vibrador foi criado
para tratar da histeria feminina.
O vibrador foi criado
em 1869 pelo médico norte-americano George Taylor para tratar a histeria
feminina, hoje um diagnóstico não mais existente. No começo, o tratamento
era realizado com a mão do médico, que introduzia o dedo indicador no
canal vaginal e fazia movimentos repetitivos e circulares. Depois de um tempo,
o médico desenvolveu o objeto para dar agilidade aos movimentos.
O brinquedo era movido
a vapor e não tinha o formato anatômico dos vibradores de hoje. Ele só foi
ganhar status de brinquedo erótico após a revolução sexual da década de
1960.
O primeiro sexshop do
mundo foi inventado por uma alemã chamada Beate Uhse, nascida em 1919. O Beate
Uhse surgiu em em Freiburg, Alemanha na década de 1960 e rapidamente fez
sucesso e hoje, a loja é referência em artigos eróticos no mundo inteiro.
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