O glaucoma é uma
doença do nervo óptico que não prejudica diretamente a retina, mas tira
a visão de muita gente.
O fluido entra e sai do
olho numa proporção determinada. Quando esse fluxo não tem velocidade
suficiente, a pressão pode aumentar e prejudicar o nervo óptico. O que causa
perda irreversível da visão periférica e pode levar à cegueira.
Não dá para saber
quando se tem glaucoma porque ele é indolor, a visão central fica intacta e a
pessoa não percebe a perda da visão periférica. “Não é um ponto escuro
como na DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade)”, diz o Dr. Wiedemann.
“Você está atrás de três carros, mas vê dois. E o que vê em lugar do
terceiro carro? Só a rua. O cérebro completa o que você espera ver ou está
acostumado a ver. Se uma criança correr na parte que não é vista, você nem
vai perceber que não viu a criança.”
Glaucoma
tem tratamento.
Cerca de 2% dos
brasileiros, ou seja, mais de 1 milhão de pessoas, tem glaucoma, que é mais
comum depois dos 60 anos e costuma ocorrer em famílias. Não há como reduzir
o risco e não há cura, mas há tratamento: os colírios são mais comuns,
seguidos por cirurgia ou tratamento a laser.
Embora os colírios
possam prevenir a perda de visão, infelizmente muitos pacientes não usam o
medicamento com constância. Mas os médicos querem mudar isso. O Dr.
Garway-Heath, que também é vice-presidente da Sociedade Europeia de Glaucoma,
diz: 'O Hospital de Olhos Moorfields está liderando um grande estudo multicêntrico
e randomizado com pessoas com glaucoma no Reino Unido, para ver qual é o
tratamento com melhor relação custo-benefício e preferido pelos pacientes,
se os colírios ou o laser.'
É
preciso disciplina.
Peter Austin, de
Surrey, na Inglaterra, recebeu o diagnóstico de glaucoma precoce aos 32 anos,
mas hoje com 61, sua visão ainda está intacta porque, duas vezes por dia, ele
aplica o colírio.
“Não é
desconfortável, não é difícil. Só precisa ter disciplina”, diz Austin,
representante dos pacientes na Associação Internacional de Glaucoma.
“Diga-me: quanto de visão você quer perder até decidir fazer alguma coisa?
Em mais de vinte anos, nunca perdi uma dose.”
*** Por
LISA FIELDS.
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