71% dos casos suspeitos
são de menores de 14 anos.
Foi há apenas 20 anos
que se começou a dar mais importância à tuberculose entre as crianças. Antes, o
foco era apenas nos adultos. Na audiência pública da Comissão de Seguridade
Social que tratou do assunto, especialistas relataram os problemas para
detectar e tratar a doença. 71% dos casos suspeitos não confirmados são de
pessoas com menos de 14 anos. Denise Arakaki, coordenadora do Programa Nacional
de Controle da Tuberculose, ressaltou as dificuldades nesta faixa etária.
“A criança manda sinais
de que está com tuberculose e que poderiam servir para qualquer outra doença. É
a criança que está comendo mal, é a criança que não está ganhando peso, é
aquela criança irritadiça, é aquela criança indisposta e que às vezes até a
família demora para perceber que aquela criança tem alguma coisa errada,
principalmente num ambiente onde os pais têm várias crianças e não conseguem
sequer olhar individualmente para cada uma delas”, observou Denise Arakaki.
Além da representante
do Ministério da Saúde, outros debatedores enfatizaram a conexão entre a
incidência da tuberculose e as condições socioeconômicas da população. Márcia
Leão, advogada da Parceria Brasileira Contra a Tuberculose, lamentou a falta de
políticas públicas específicas, para que se aborde a doença para além dos
determinantes biomédicos. Ela diz que a pobreza afeta até a adesão aos
medicamentos.
“É muito difícil não
ter comida, não ter moradia, não ter dinheiro para o transporte e ainda por
cima ver o seu familiar, o seu amigo, o seu sobrinho, o seu neto chorando,
dizendo que não quer tomar o tratamento”, disse.
Busca ativa.
Clemax Santana, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), listou os desafios para o combate da tuberculose entre as crianças: novos medicamentos e testes diagnósticos, capacitação de pessoal, estudos genéticos e novas vacinas. Para o deputado Chico d´Angelo (PDT-RJ), da Comissão de Seguridade Social, é preciso que as suspeitas da doença nas faixas etárias mais jovens sejam investigadas com mais rigor.
Clemax Santana, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), listou os desafios para o combate da tuberculose entre as crianças: novos medicamentos e testes diagnósticos, capacitação de pessoal, estudos genéticos e novas vacinas. Para o deputado Chico d´Angelo (PDT-RJ), da Comissão de Seguridade Social, é preciso que as suspeitas da doença nas faixas etárias mais jovens sejam investigadas com mais rigor.
“É muito importante
que, nestes casos, o Saúde da Família faça a busca ativa na casa, para
pesquisar na criança em que a residência tem um adulto com tuberculose, para
que se chegue a um diagnóstico mais precoce da doença”, observou o parlamentar.
Vacinação em baixa.
Denise Arakaki, do Ministério da Saúde, informou que, desde 2016, está diminuindo a cobertura vacinal da BCG, que previne contra a tuberculose. O índice recomendado é de 95% do público-alvo, mas os números repassados pelos estados variam de 95% a 60%, que é o caso da Bahia. A coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose disse que, apesar dos riscos da doença, há um movimento global contra a vacinação de crianças, o que pode ter afetado a cobertura vacinal da BCG no país.
Denise Arakaki, do Ministério da Saúde, informou que, desde 2016, está diminuindo a cobertura vacinal da BCG, que previne contra a tuberculose. O índice recomendado é de 95% do público-alvo, mas os números repassados pelos estados variam de 95% a 60%, que é o caso da Bahia. A coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose disse que, apesar dos riscos da doença, há um movimento global contra a vacinação de crianças, o que pode ter afetado a cobertura vacinal da BCG no país.
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