“Existe algum método
para aumento do pênis que funcione?” Essa talvez seja uma das dúvidas que eu
mais recebo, e também um dos temas que mais aparecem na caixa de spam de todo
mundo. Várias cirurgias de alongamento ou aumento de espessura têm sido
descritas, mas as evidências indicam que o índice de complicações possíveis,
como fibrose, disfunção erétil e até infecções graves, é muito alto. Uma
revisão de estudos publicada por pesquisadores britânicos este mês reforça essa
constatação e alerta para os riscos de se expor ao que eles chamam de
charlatanismo.
A equipe, do King`s
College de Londres, no Reino Unido, analisou 17 estudos científicos que
envolveram 21 tipos de intervenções (cirúrgicas e não cirúrgicas) realizados
por, ao todo, 1.192 homens de diferentes países. A conclusão é que a maioria
dos procedimentos não funciona, e alguns podem deixar os pacientes com
cicatrizes físicas ou psicológicas.
Em um artigo publicado
no periódico Sexual Medicine Reviews, os pesquisadores relatam que
alguns homens até conseguiram algum aumento, mas insatisfatório. Para piorar,
muitos ficaram com deformidades no pênis, dormência permanente ou com problemas
de ereção. Outra questão apontada é que os pacientes pagam caro para se
arriscar – alguns até o equivalente a RS$ 120 mil, sem qualquer garantia de
sucesso.
Vale mencionar que, no
Brasil, procedimentos cirúrgicos de aumento peniano são definidos pelo Conselho
Federal de Medicina como experimentais, ou seja, só podem ser feitos no âmbito
de pesquisa e, portanto, não podem ser cobrados. A Sociedade Brasileira de
Urologia reforça que “não há estudos ou dados científicos que confiram
credibilidade, eficácia ou segurança de qualquer técnica de aumento das
dimensões penianas”.
O que mais chama
atenção é que a maioria dos participantes do estudo britânico tinha um tamanho
de pênis considerado normal. Para esses homens, o melhor tratamento é
psicológico. Boa parte deles tem o que a gente chama de transtorno dismórfico
corporal, que envolve uma insatisfação obsessiva com a aparência.
O tamanho considerado
normal para um pênis pode variar bastante entre os países pesquisados. Para se
ter uma ideia, a média do brasileiro é em torno de 13 centímetros quando ereto,
o equivalente a uma caneta esferográfica sem tampa. É bom lembrar que a
cavidade da vagina mede cerca de oito centímetros, e as mulheres costumam se
incomodar com pênis muito grandes. Ou seja: o tamanho que pode fazer sucesso
num vídeo pornô nem sempre agrada na cama.
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