Em um informe divulgado
na quarta-feira (22), em Genebra, na Suíça, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) alertou que ao menos 5 bilhões de pessoas em todo o mundo convivem com os
riscos de desenvolver doenças associadas ao uso das gorduras trans industrial.
Segundo a entidade, o ingrediente industrial causa cerca de 500 mil mortes a
cada ano.
Presentes
principalmente - mas não só - em produtos industrializados como sorvetes,
margarina, cremes vegetais, batatas fritas, salgadinhos de pacote, bolos,
biscoitos e gorduras hidrogenadas, as gorduras trans são um tipo de gordura que
se forma por um processo natural ou industrial que transforma óleos vegetais
líquidos em gordura sólida. Usadas para melhorar a consistência dos alimentos e
para aumentar o prazo de validade de alguns produtos industriais, as gorduras
trans podem causar o aumento do colesterol total e do colesterol ruim (LDL).
Segundo a OMS, alguns
países estão adotando medidas para restringir o uso das gorduras trans, mas é
preciso fazer muito mais. "O impulso para a eliminação global da gordura
trans produzida industrialmente está crescendo, com quase um terço da população
mundial já protegida, em 28 países", disse o diretor-geral da OMS, Tedros
Adhanom Ghebreyesus.
"Mas mais de dois
terços da população mundial ainda carece de proteção contra a gordura trans
industrial em seus alimentos", acrescentou Ghebreyesus, afirmando que a
OMS está pronta para apoiar as Nações em seus esforços para eliminar as
gorduras trans.
De acordo com a
organização, o Brasil figura ao lado de outros 25 países que adotam medidas
para incentivar os consumidores a fazer escolhas mais saudáveis em relação aos
alimentos e bebidas industrializadas. Estão nesse grupo de países que, segundo
a OMS, promovem uma dieta saudável a fim de prevenir a obesidade e doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT) relacionadas à má alimentação Bélgica,
China, Espanha, França, Suécia, Reino Unido, entre outros, como os
sul-americanos Bolívia, Paraguai e Uruguai.
O monitoramento global
indica que são os países com maior renda são os que têm liderado os esforços
políticos para que as gorduras trans sejam erradicadas. Nenhum país de baixa
renda e apenas três países de renda média-baixa (Índia, Quirguistão e
Uzbequistão) têm políticas anti-gorduras trans.
Eliminar esses
ingredientes da produção industrial de alimentos é uma das prioridades da OMS e
uma das metas do programa geral que norteia as ações a serem desenvolvidas pela
organização até 2023. Este mês, a OMS apresentou, em seu site, uma série de medidas
para orientar os governos, a indústria e a sociedade a substituir as gorduras
trans por componentes mais saudáveis. Entre as medidas propostas estão a
reformulação, pela indústria alimentícia, das receitas de produção.
No site do Ministério
da Saúde também é possível acessar uma cartilha, o Guia Alimentar para a
População Brasileira, lançado em 2014, com dicas e recomendações para uma
alimentação saudável, saborosa e balanceada.
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