Estamos na época de
aumento dos casos de gripe,
e a campanha de vacinação contra a doença ainda não atingiu sua cobertura
desejada. Até o dia 27 de maio, 71,6% do público-alvo tinha recebido a dose – a
meta é imunizar 90% até 31 de maio, quando termina a mobilização. Idosos, crianças,
gestantes e portadores de doenças autoimunes e crônicas fazem parte da turma
que não pode deixar de tomar a vacina.
Isso porque, apesar de
a gripe geralmente ser uma condição passageira, sem grandes repercussões, em
alguns casos ela pode causar complicações importantes. Pessoas
com o sistema imunológico comprometido – seja pelo uso de remédios, pela
condição de saúde ou pela própria idade – estão mais sujeitas a encrencas.
A principal ameaça é
para o pulmão. “Existe o risco de o vírus provocar uma inflamação no órgão, que
dificulta seu funcionamento e abre caminho para uma bactéria oportunista”,
explica Helio Magarinos Torres Filho, patologista e diretor médico do Richet Medicina &
Diagnóstico, no Rio de Janeiro.
Esse quadro pode
culminar em uma pneumonia ou insuficiência
respiratória aguda, condição capaz de levar à morte. “Fora que, quando o pulmão
tem dificuldade de enviar oxigênio para os órgãos, todo o corpo é afetado”,
acrescenta Torres Filho.
Qual
vírus faz mais estrago?
Toda vez que um novo
vírus começa a circular, tende a ser mais perigoso, já que o sistema imune da
população não o conhece. No caso do influenza, que possui diversos subtipos e vive
sofrendo mutações, isso ocorre com certa frequência.
Lembra do H1N1, que
assustou na década passada? Ele continua causando problemas, mas muitas pessoas
já têm imunidade contra ele. “Agora, o H3N2, que é mais novo, pode se mostrar
mais danoso, porque nem todo mundo se vacinou contra ele nos últimos anos”,
destaca o patologista.
Vale ressaltar que,
independente do subtipo, a evolução dos quadros de gripe é bem parecida. “O
risco de complicações depende muito mais do hospedeiro do que do vírus”,
reforça Heloísa Giamberardino, pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas
do Hospital
Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR).
Uso
de remédios é fator que merece atenção.
Em geral, toda a
condição que exige medicamentos constantes pode afetar a forma do organismo
reagir a uma ameaça. Portadores de transtornos autoimunes – artrite
reumatoide, lúpus, doença
de Chron, etc. –, por exemplo, têm que tomar drogas que
suprimem o sistema imune. Eles controlam as substâncias inflamatórias que
atacam o organismo, mas também diminuem as defesas contra ameaças, como o vírus
da gripe.
O mesmo vale para quem
vive com males crônicos, como hipertensão e diabetes.
Ainda que os fármacos não atuem diretamente sobre o sistema imunológico, a
própria condição de saúde debilita o organismo. Assim, a gripe poderia enfraquecer
ainda mais um órgão já prejudicado.
Para ter ideia, para os
idosos e portadores de doenças cardíacas, um dos riscos de uma gripe mais
agressiva é o infarto, porque o estado provocado pela infecção sobrecarrega o
coração.
Vacinar
é a melhor forma de prevenção.
E ela precisa ser
reaplicada anualmente, pois inclui os subtipos que provavelmente circularão
mais naquele ano. Fora que a imunidade promovida pela vacina tem duração
limitada. A dose é segura, não provoca gripe e garante uma boa taxa de proteção.
Se mesmo assim a pessoa ficar gripada, a probabilidade de a doença evoluir mal
diminui consideravelmente.
Além de recorrer à
vacina, dá para minimizar o risco de adoecer com medidas de prevenção básicas,
como lavar as mãos constantemente, usar álcool em gel, evitar locais fechados e
aglomerações, manter uma dieta saudável (rica em
frutas e legumes) e se exercitar com
frequência.
Para aqueles que estão
no grupo de risco de complicações, uma alternativa para garantir segurança
extra pode ser a imunização de quem está próximo, como familiares e cuidadores.
Ela está prevista pelo Ministério da Saúde e
deve ser prescrita por um médico.
Se você faz parte do
grupo de recomendação da vacina do Ministério da Saúde, não deixe de comparecer
aos postos de saúde ou clínicas particulares. Clique aqui para saber quem é
o público-alvo da campanha.
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