Resumo da notícia
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73 milhões de brasileiros enfrentam dificuldades
para dormir
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No entanto, mudanças no estilo de vida ajudam a
dormir melhor
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Listamos as principais situações médicas
relacionadas à insônia
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Seguidas de possíveis soluções que podem trazer de
volta o sono
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Segundo estimativa da Associação Brasileira do Sono, 73 milhões de brasileiros enfrentam dificuldades
para dormir. A falta de
horas de descanso pode acarretar em mau humor, falta de concentração e até
problemas de saúde como depressão, obesidade, hipertensão e ansiedade.
No entanto, os especialistas consultados pela reportagem são unânimes em relação às dicas que realmente funcionam na hora da insônia: para aumentar as chances de ter uma boa noite de sono, basta fazer algumas mudanças no seu estilo de vida e, principalmente, na sua rotina momentos antes de ir para a cama.
Veja, a seguir, as principais situações médicas relacionadas à insônia, seguidas de possíveis soluções que podem trazer de volta o dormir saudável:
No entanto, os especialistas consultados pela reportagem são unânimes em relação às dicas que realmente funcionam na hora da insônia: para aumentar as chances de ter uma boa noite de sono, basta fazer algumas mudanças no seu estilo de vida e, principalmente, na sua rotina momentos antes de ir para a cama.
Veja, a seguir, as principais situações médicas relacionadas à insônia, seguidas de possíveis soluções que podem trazer de volta o dormir saudável:
1) Uso de medicamentos.
Alguns fármacos, como os estimulantes do sistema nervoso central, ativam
os circuitos que promovem o estado de vigília. São exemplos os remédios à base
de modafinil, anfetaminas e lisdexanfetamina. Determinados antidepressivos,
como a bupropiona, a venlafaxina e a desvenlafaxina, provocam a mesma
consequência. Além desses, outros remédios têm a insônia como efeito colateral,
é o caso da levotiroxina e teofilina, do corticoide, entre outros.
Solução: reavalie o horário em que toma tais medicamentos. "A maioria deles exerce o efeito por poucas horas. Ao tomá-los mais cedo, o efeito sobre o sono reduz bastante", diz o especialista em medicina do sono, João Guilherme Fiorani Borgio, professor da UFPR (Universidade Ferderal do Paraná). Reduzir a dose e avaliar se o remédio pode ser trocado são outras saídas que devem ser discutidas com seu médico.
Solução: reavalie o horário em que toma tais medicamentos. "A maioria deles exerce o efeito por poucas horas. Ao tomá-los mais cedo, o efeito sobre o sono reduz bastante", diz o especialista em medicina do sono, João Guilherme Fiorani Borgio, professor da UFPR (Universidade Ferderal do Paraná). Reduzir a dose e avaliar se o remédio pode ser trocado são outras saídas que devem ser discutidas com seu médico.
2) Alterações do ritmo
circadiano (relógio biológico).
Esse sistema comanda várias de nossas funções fisiológicas. A mais
conhecida é a variação do ciclo sono-vigília. Ou seja, os horários em que
dormimos e acordamos. Cada pessoa tem um cronotipo: algumas são matutinas,
outras vespertinas e a maior parte delas tem um horário preferencial entre os
extremos. A dificuldade de dormir surge quando se tenta ir para a cama em
horários muito distantes daquele ditado pelo seu organismo.
Solução: tente adequar suas atividades profissionais ou de estudo após identificar qual é o seu cronotipo. Como nem sempre é possível essa mudança de horários, fale com seu médico sobre a possibilidade de colocar em prática mudanças nos seus hábitos de sono, associadas ao uso de melatonina (o hormônio do sono), que tem dose personalizada e deve ser prescrita pelo especialista.
Solução: tente adequar suas atividades profissionais ou de estudo após identificar qual é o seu cronotipo. Como nem sempre é possível essa mudança de horários, fale com seu médico sobre a possibilidade de colocar em prática mudanças nos seus hábitos de sono, associadas ao uso de melatonina (o hormônio do sono), que tem dose personalizada e deve ser prescrita pelo especialista.
3) Menopausa.
A fase pode ser marcada por mudanças hormonais que levam à insônia e à
fadiga. Você pode ter dificuldade em iniciar o sono, tem despertar frequente
durante a noite e no início da manhã. Pode somar a esses fatores os fogachos
(calorões) e os transtornos de humor, como depressão e ansiedade, além do
estresse.
Solução: fale com seu ginecologista sobre a variedade de tratamentos disponíveis. Eles vão desde mudanças comportamentais, como medidas de higiene do sono (que abrangem permitir-se ter momentos de lazer), até terapias hormonais (estrogênios ou estrogênios associados com progestógenos), que melhoram o sono e a qualidade de vida. "Vale lembrar que há contraindicações para o seu uso, além de riscos", adverte o médico ginecologista Paulo César Zimmermann Felchner, professor da Faculdade de Medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná). Indutores do sono, antidepressivos, ansiolíticos e fitoterápicos podem ser úteis, dependendo de cada caso.
Solução: fale com seu ginecologista sobre a variedade de tratamentos disponíveis. Eles vão desde mudanças comportamentais, como medidas de higiene do sono (que abrangem permitir-se ter momentos de lazer), até terapias hormonais (estrogênios ou estrogênios associados com progestógenos), que melhoram o sono e a qualidade de vida. "Vale lembrar que há contraindicações para o seu uso, além de riscos", adverte o médico ginecologista Paulo César Zimmermann Felchner, professor da Faculdade de Medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná). Indutores do sono, antidepressivos, ansiolíticos e fitoterápicos podem ser úteis, dependendo de cada caso.
4) DPOC (Doença
pulmonar obstrutiva crônica).
Tosse com expectoração, falta de ar, chiado e aperto no peito são os
sintomas mais presentes nessa condição. No período noturno, esse quadro
dificulta o início e a manutenção do sono, afirma a médica pneumologista Ana
Paula Pedro, professora da Faculdade de Medicina da PUC-PR. É comum, também, a
presença de apneia do sono, outro fator impeditivo do descanso noturno.
Solução: consulte um pneumologista para tratar devidamente a DPOC. Caso você tenha apneia, a doença deve, igualmente, ser tratada. "A indicação de CPAP ou BiPAP (aparelhos que auxiliam na respiração) trazem alívio, e mesmo o uso de oxigênio à noite, garante melhores condições para o repouso", diz Mauro Gomes, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Solução: consulte um pneumologista para tratar devidamente a DPOC. Caso você tenha apneia, a doença deve, igualmente, ser tratada. "A indicação de CPAP ou BiPAP (aparelhos que auxiliam na respiração) trazem alívio, e mesmo o uso de oxigênio à noite, garante melhores condições para o repouso", diz Mauro Gomes, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
5) Dieta inadequada.
Se você não consome alimentos como peixes, ovos, aveia, leite, entre
outros que possuem triptofano, nutriente relacionado ao bem-estar e à produção de melatonina (hormônio
cuja função é regular o relógio biológico), a falta de sono pode decorrer do
seu regime alimentar. Dietas restritivas, jejum prolongado e refeições muito
gordurosas, açucaradas e pesadas à noite, além do excesso de cafeína, têm o
mesmo efeito.
Solução: aposte em uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes e verduras, além de proteínas de boa qualidade; esteja mais atento ao que se come todos os dias; coma em horários regulares; prefira alimentos leves (peixes ou ovos) no jantar e reduza as porções nesta refeição. Fracionar a alimentação de 4 a 6 refeições diárias também é recomendado.
Além disso, evite fazer jejum à noite, sugere a nutricionista Magda Rosa Ramos da Cruz, professora da PUC-PR. "A prática aumenta os níveis de cortisol e leva à compulsão alimentar, o que propicia o comer noturno", de acordo com ela. O nutricionista Alan Tiago Scaglione, de São Paulo, sugere se livrar da nicotina, do álcool e de bebidas que contenham cafeína --como café, chá, infusão de erva-mate, bebidas à base de cola e guaraná. E ainda capriche nos alimentos que combatem a ansiedade, como as oleaginosas em geral, carnes magras, abacaxi, banana, cereais integrais etc. "Para controlar a compulsão alimentar, ainda indico a prática de exercícios e terapia", completa.
Solução: aposte em uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes e verduras, além de proteínas de boa qualidade; esteja mais atento ao que se come todos os dias; coma em horários regulares; prefira alimentos leves (peixes ou ovos) no jantar e reduza as porções nesta refeição. Fracionar a alimentação de 4 a 6 refeições diárias também é recomendado.
Além disso, evite fazer jejum à noite, sugere a nutricionista Magda Rosa Ramos da Cruz, professora da PUC-PR. "A prática aumenta os níveis de cortisol e leva à compulsão alimentar, o que propicia o comer noturno", de acordo com ela. O nutricionista Alan Tiago Scaglione, de São Paulo, sugere se livrar da nicotina, do álcool e de bebidas que contenham cafeína --como café, chá, infusão de erva-mate, bebidas à base de cola e guaraná. E ainda capriche nos alimentos que combatem a ansiedade, como as oleaginosas em geral, carnes magras, abacaxi, banana, cereais integrais etc. "Para controlar a compulsão alimentar, ainda indico a prática de exercícios e terapia", completa.
6) Incontinência
urinária.
Quando há perda involuntária de urina, com a bexiga cheia ou não, e você
percebe ou não que isso está para acontecer, é possível que você tenha
incontinência urinária. O sintoma principal é molhar-se, sem conseguir reter a
urina. Tal condição se repete à noite e pode piorar a qualidade do sono,
problema que se agrava com o receio de molhar a cama.
Solução: procure um urologista para avaliar seu caso. A depender da causa, os tratamentos podem abranger exercícios específicos e fisioterapia, medicamentos e até cirurgia. O urologista Alex Meller, da Unifesp, garante que o tratamento, quando bem indicado, somado à dedicação do paciente, leva à melhora do quadro.
Solução: procure um urologista para avaliar seu caso. A depender da causa, os tratamentos podem abranger exercícios específicos e fisioterapia, medicamentos e até cirurgia. O urologista Alex Meller, da Unifesp, garante que o tratamento, quando bem indicado, somado à dedicação do paciente, leva à melhora do quadro.
7) Enxaqueca.
Quem tem enxaqueca pode ter crises quando não dorme bem ou mesmo quando
dorme demais. E quando a cefaleia se repete, o sono também sofre. Afinal, a dor
é uma das causas mais comuns da insônia.
Solução: converse com seu médico para saber se a enxaqueca é a causa ou a consequência da sua dor. Segundo Fábio Porto, neurologista do IPq-HCFMUSP, há medicações para enxaqueca que têm como efeito colateral a indução do sono. Nesse caso, um efeito colateral bom.
Solução: converse com seu médico para saber se a enxaqueca é a causa ou a consequência da sua dor. Segundo Fábio Porto, neurologista do IPq-HCFMUSP, há medicações para enxaqueca que têm como efeito colateral a indução do sono. Nesse caso, um efeito colateral bom.
8) Ansiedade e
depressão.
A insônia está presente nesses distúrbios de humor. Os cientistas têm
tido cada vez mais pistas de que essas enfermidades têm pontos em comum, já que
regiões do cérebro e seus neurotransmissores [como a serotonina] interagem e se
relacionam. Além disso, a depressão e a ansiedade impactam o funcionamento
cerebral e outros sistemas do organismo.
Solução: busque ajuda especializada para aumentar a chance de ter um diagnóstico bem feito. A terapia cognitivo-comportamental tem sido uma grande ferramenta para a melhora do sintoma, e deve ser acompanhada de práticas de higiene do sono, além de técnicas como meditação, ioga, relaxamento e atividades físicas moderadas. Indutores do sono e ansiolíticos não-benzodiazepínicos, antidepressivos, neurolépticos e anticonvulsivantes específicos são as opções medicamentosas que o médico poderá recomendar. "Utilizados por tempo e combinação corretos, combatem a depressão, a ansiedade e a insônia, mas de maneira integrada", afirma Luiz Scocca, psiquiatra com formação pela USP (Universidade de São Paulo).
Solução: busque ajuda especializada para aumentar a chance de ter um diagnóstico bem feito. A terapia cognitivo-comportamental tem sido uma grande ferramenta para a melhora do sintoma, e deve ser acompanhada de práticas de higiene do sono, além de técnicas como meditação, ioga, relaxamento e atividades físicas moderadas. Indutores do sono e ansiolíticos não-benzodiazepínicos, antidepressivos, neurolépticos e anticonvulsivantes específicos são as opções medicamentosas que o médico poderá recomendar. "Utilizados por tempo e combinação corretos, combatem a depressão, a ansiedade e a insônia, mas de maneira integrada", afirma Luiz Scocca, psiquiatra com formação pela USP (Universidade de São Paulo).
9) Obstrução nasal.
O incômodo pode ser consequência de uma rinite, da poluição e secura do
ar, do desvio de septo, aumento da adenoide ou presença de pólipos nasais etc.
Nesses casos, você pode acordar à noite com sensação de sufocamento; a garganta
dói e pode ficar seca pela respiração oral e ainda podem ocorrer paradas na
respiração (apneia). Todas essas situações costumam levar a microdespertares
que afetam as atividades do dia a dia de crianças e adultos, fala a
otorrinolaringologista Mayra de Freitas Centelhas Martinelli, da Amil.
Solução: consulte um otorrinolaringologista. A depender da causa, o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, principalmente na hipótese de desvio do septo.
Solução: consulte um otorrinolaringologista. A depender da causa, o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, principalmente na hipótese de desvio do septo.
*** Fontes: Ana Paula Pedro, pneumologista e professora titular
da Escola de Medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná);
Alan Tiago Scaglione, nutricionista da Estima Nutrição (SP) e especialista em
Suplementação Nutricional aplicada ao Exercício pela USP (Universidade de São
Paulo); Alex Meller, urologista e médico assistente da disciplina de Urologia
da EPM-Unifesp (Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São
Paulo) e membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein; Fábio
Porto, neurologista do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); João Guilherme
Fiorani Borgio, médico especialista em Medicina do Sono do Laboratório de Sono
do Hospital IPO (Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia) e professor da
Faculdade de Medicina da UFPR (Universidade Federal do Paraná); Luiz Scocca,
psiquiatra e membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e da APA
(Associação Americana de Psiquiatria); Magda Rosa Ramos da Cruz, nutricionista
e professora adjunto do curso de Nutrição da Faculdade de Medicina da PUC-PR;
Mauro Gomes, pneumologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo, diretor da comissão de Infecções da SPPT (Sociedade
Paulista de Tisiolologia e Pneumologia) e chefe de equipe de pneumologia do
Hospital Samaritano de São Paulo; Mayra de Freitas Centelhas Martinelli,
otorrinolaringologista membro da ABORL-CCF (Associação Brasileira de
Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial) e do corpo clínico da Amil (SP)
e Paulo César Zimmermann Felchner, ginecologista e professor adjunto da
Faculdade de Medicina da PUC-PR.
Referências:
Referências:
Claudia de Souza Lopes1, Jaqueline Rodrigues Robaina, Lúcia Rotenberg. Epidemiology of Insomnia:
Prevalence and Risk Factors. Intechopen, March 14th 2012. DOI: 10.5772/32991; Karl Doghramj, The
epidemiology and diagnosis of insomnia. Am J Manag Care. 2006;12:S214-S220.
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