terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

CBF ESTUDA VETAR CABECEIO COM CRIANÇAS DE ATÉ 12 ANOS; ESPECIALISTA APROVA E AINDA SUGERE AMPLIAÇÃO NA IDADE...


FONTE: , Gustavo Faldon, https://www.msn.com/

              

A Confederação Brasileira de Futebol pode recomendar aos clubes e escolinhas o fim do cabeceio para crianças de até 12 anos. A notícia foi dada em primeira mão pelo jornal "O Estado de S.Paulo", e a CBF ainda está na fase de fazer estudos, para, então, formalizar um protocolo.

O motivo no qual a CBF se baseia seria a prevenção de problemas cognitivos no cérebro, ainda em formação, das crianças. A ideia de formalizar esse protocolo partiu de Jorge Pagura, médico e neurocirurgião da CBF, e deve seguir uma tendência mundial, já que na Escócia o cabeceio entre jovens foi proibido. Nos Estados Unidos, depois dos riscos das concussões no futebol americano, o caminho é o mesmo.

"Há uma tendência mundial. Hoje tem saído uma série de trabalhos e tem se discutido o treino de cabeceio para criança e a CBF não pode ficar de fora disso tudo. Então nós estamos estudando, avaliando qual o impacto disso. Precisa de trabalhos científicos mais embasados", disse Pagura, ao ESPN.com.br.

"Nós estamos levantando os trabalhos. Eu tenho minha posição pessoal de que até 8 anos é tudo lúdico e até 12 anos você não deve fazer treinos exaustivos de cabeceio. A maturação do sistema nervoso ocorre durante a vida toda, no período de 6 a 10 anos ainda tem uma série de minimizações que devem ser feitas", completou.

"Toda criança tem uma coisa chamada neuroplasticidade, capacidade de regeneração muito mais rápida no paciente mais jovem, mas o problema é o efeito repetitivo, cumulativo", analisa Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O médico da CBF ainda revelou um estudo feito pela entidade nos últimos quatro anos que mostra o risco das lesões na cabeça durante os jogos.

"Nos últimos 3 anos, nós buscamos nosso mapa de lesão e o trauma de cabeça é o segundo trauma mais comum depois da lesão muscular. Nós tivemos um protocolo no segundo turno e estamos tentando alguma modificação de regra", analisou Pagura.

Leandro Gregorut, especialista em medicina esportiva e ex-médico da seleção brasileira de handebol, também compartilha da opinião de que a prevenção dos cabeceios é uma tendência mundial.

"O problema da cabeçada é que tem contato da cabeça e a bola. Essa transmissão de energia vai toda para cabeça, você tem a movimentação do cérebro, isso pode gerar problemas cognitivos, como perda de memória. Se você diminui o número de traumas na cabeça, vai evitar esse problema", explicou.

"Se a gente pensar que até 12, 13 anos, o ser humano está desenvolvendo esse processo de cognição do cérebro, é uma decisão (proibir cabeceio nas crianças) que eu acho que é correta e eu tentaria até seguir a recomendação do boxe, que eles obrigam o uso do capacete até uns 16, 17 anos, se não me engano", completou Gregorut.

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