Normalmente, o ouvido
entope por acúmulo de cerume, substância produzida pelo canal externo do ouvido
e que tem como função proteger e lubrificar o local. No entanto, o sintoma
também pode indicar uma otite ou obstruções na tuba auditiva. Por isso, o
melhor é sempre procurar um otorrinolaringologista para ser examinado e, assim,
identificar a real causa do ouvido entupido.
No caso de uma otite,
geralmente o ouvido tapado vem junto com dor e, algumas vezes, presença de pus.
O tratamento se dá com o uso de antibióticos. Já nas obstruções da tuba
auditiva, isso pode acontece por conta de inflamações do nariz, como rinites,
sinusites ou mesmo hipertrofia do tecido adenoideano. Por isso, o tratamento é
específico para cada causa, podendo até mesmo ser cirúrgico quando da
hipertrofia da adenoide.
Caso seja identificado
que o ouvido entupido tem a ver com o excesso de cerume, pode ser indicado o
uso de gotas otológicas (loção ceruminolitica) para diluir a cera. Ou então, no
consultório, o otorrinolaringologista ajuda a desentupir o ouvido por meio de
lavagem, por aspiração ou retirada com uma pequena cureta, dependendo da
quantidade, da densidade e da localização (mais profunda ou mais superficial).
Mas atenção: os
profissionais não indicam o uso em casa de hastes flexíveis ou de metal para a
remoção da cera, pois isso pode empurrar ainda mais o cerume para dentro ou
então machucar o tímpano. Portanto, é importante ressaltar que o ouvido é uma
estrutura superdelicada, e qualquer sensação de desconforto deve ser
imediatamente avaliada pelo especialista para evitar o agravamento dos sintomas
e até mesmo uma possível perda auditiva.
*** Fontes: Aída Assunção,
chefe do serviço de otorrinolaringologia do HUPE (Hospital Universitário Pedro
Ernesto), professora assistente da disciplina de otorrinolaringologia da
FCM/UERJ (Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro); Fausto Nakandakari, médico otorrinolaringologista do Hospital Sírio
Libanês, em São Paulo; Flávio Barbosa Nunes, professor do Departamento de
Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais); e Rafael Malinsky, médico
otorrinolaringologista do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
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