Uma vacina contra
a covid-19 será testada em seres vivos pela Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). O teste será em modelo animal, fase de
desenvolvimento chamada de estudos pré-clínicos. A informação foi divulgada em
nota, na quarta-feira (10), pela Fiocruz.
“A abordagem do projeto
é de uma vacina sintética, com base em peptídeos antigênicos de células B e T –
ou seja, com pequenas partes de proteínas do vírus capazes de induzir a
produção de anticorpos específicos para defender o organismo contra agentes desconhecidos
– neste caso, o Sars-CoV-2 [covid-19]”, explicou a Fiocruz.
Segundo o instituto,
essas biomoléculas, identificadas em modelo computacional (in silico), foram
produzidas por síntese química e validadas in vitro. Os peptídeos foram
acoplados em nanopartículas, que funcionam como uma forma de “entrega”, para
apresentar essas biomoléculas para o sistema imune com melhor imunogenicidade e
ativar sua defesa.
“As vantagens da
abordagem vacinal sintética são a rapidez no desenvolvimento em comparação às metodologias
tradicionais e o não requerimento de instalações de biossegurança nível 3 para
as primeiras etapas de desenvolvimento (sendo necessárias somente a partir dos
estudos pré-clínicos), bem como o custo reduzido de produção e a estabilidade
da vacina para armazenagem”, detalhou a Fiocruz.
A fundação explicou
que, na próxima etapa, serão feitas formulações vacinais com essas biomoléculas
acopladas em nanopartículas, para avaliação in vivo, onde serão obtidos os
primeiros resultados relacionados à imunidade conferida ao novo coronavírus.
“A partir dos
resultados dos estudos pré-clínicos, parte-se para a fase dos estudos clínicos
de fases I, II e III. De qualquer forma, mesmo em processo acelerado de
desenvolvimento tecnológico e, obtendo resultados positivos em todas as etapas
futuras, a vacina autóctone de Bio-Manguinhos/Fiocruz não chegará ao registro
antes de 2022”, concluiu.


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