segunda-feira, 6 de julho de 2020

DESMATAMENTO DE AGOSTO A JUNHO SOBE 62%, APONTA SISTEMA DE ALERTA DO INPE...


FONTE: Bruno Alfano,https://extra.globo.com/

             

RIO - Dados do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que o desmatamento cresceu 62% no acumulado entre agosto e 25 de julho, em comparação com o mesmo período do ano passado. A área devastada foi de 7.438 km².

Entre 1 e 25 de junho de 2020 foram desmatados 933 km² de floresta — no mesmo mês em 2019, foram 935 km² derrubadas. Caso o ritmo se mantenha, o crescimento em relação ao mesmo período no ano anterior será de 21%.

— O dado é bem preocupante. Todo mês esses dados têm subido e já são maiores do que o ano ano passado. Está fora de controle. O governo perdeu a condição de saber o que vai acontecer. Essa é uma catástrofe ambiental e econômica, já que o Brasil tem recebido vários avisos de empresas e investidores dizendo que se o desmatamento subir vai tirar dinheiro do país — afirma Márcio Astrini, secretário geral do Observatório do Clima.

O dado final de junho deve ser publicado na próxima semana. Considerando os últimos 12 meses, o Brasil desmatou 9.693 km2, 87% acima do mesmo período no ano passado. Os números assustam o pesquisador Carlos Rittl, do Institute for Advanced Sustainability Studies, de Potsdam, Alemanha. Ele afirma que os dados mostram que o governo “não está fazendo nada para combater o desmatamento”.

— Estamos nos meses de seca, quando o desmatamento aumenta porque fica mais fácil chegar na floresta com os tratores. Ainda temos julho pela frente e podemos antever que teremos um desastre, uma taxa de desmatamento absurda que não achamos que voltaríamos a ter — afirma Rittl.

O recorde de desmatamento do século foi em 2004, quando perdeu 27,4 mil km² de floresta. A partir de então, o país adotou uma série de medidas que conseguiu controlar a situação. Entre agosto de 2011 e julho de 2012, o Brasil perdeu a menor área de florestar: 4 mil km².

— A tendência é que, em 2020, haja novo aumento de 30% do desmatamento, como correu no ano passado. E com tendência de subida — diz Rittl.

O Ministério do Meio Ambiente foi procurado, mas não respondeu aos questionamentos da reportagem.

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