FONTE:, Salvador, https://www.trbn.com.br/
De acordo com
especialista o único tratamento precoce para Covid-19 é oferecer assistência
dentro de hospitais para pacientes com quadro grave logo no início da doença.
Desde o início da pandemia, médicos e associações da área
têm combatido o chamado "kit Covid", relação de medicamentos que
supostamente funcionam como "tratamento precoce" da Covid-19. Com o
agravamento da doença em todo Brasil, os especialistas voltam a condenar o uso
de remédios como hidroxicloroquina e ivecmectina para combater a doença.
Estudos realizados para avaliar a eficácia desses
remédios no tratamento da Covid-19 revelaram que os fármacos não trazem
benefícios ao tratamento, ou seja, não possuem eficácia, além de apresentarem
riscos à saúde por conta dos efeitos. Há relatos de cinco pacientes na fila de
transplante de fígado após usarem esses medicamentos. Outros três morreram por
conta de hepatite. Também há casos de hemorragia e insuficiência renal ligadas
ao uso desses remédios.
"Além de não terem efeito algum contra Covid, esses
medicamentos têm efeitos colaterais, podem ser tóxicos – alguns menos, outros
mais. A ivermectina não é tão tóxica, mas utilizada de forma repetida pode ter
uma toxicidade hepática muito grande", explica o infectologista Matheus
Todt, da S.O.S. Vida. Além da ivermectina, o especialista pontua que "não
existe nenhum medicamento que trate ou previna a Covid”.
De acordo com ele, tratamento precoce é tratar pacientes
graves dentro do hospital logo no início da doença, melhorando a evolução do
quadro clínico deles. "O tratamento precoce da Covid é abordar
precocemente esse paciente, colocar no hospital, colocar oxigênio, dar algumas
medicações que podem atenuar o quadro dos pacientes mais graves, mas que são
medicamentos de uso restrito intra-hospitalar, como corticóides injetáveis e
anticoagulantes", pontua.
Além do risco de usar o "kit Covid", Matheus
Todt alerta que a falsa sensação de segurança ao usar esses remédios pode levar
a uma redução dos cuidados de prevenção ao coronavírus, como uso de máscara,
higienização frequente das mãos e uso de álcool gel. "Esses medicamentos
vão terminar iludindo a pessoa, que pode achar que realmente não pega a doença
e ser mais displicente com as medidas de proteção, como o distanciamento e o
uso de máscara. Então nós temos uma corrida às farmácias para comprar
medicamentos que não têm efeito algum. As pessoas estão gastando dinheiro, se
expondo a efeitos colaterais e não estão se protegendo".
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