FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.
Carrapatos contaminados com uma
bactéria chamada de Babesiose, que é um protozoário, quando em contato com
o ser humano ou animais domésticos e silvestres podem resultar em
morte. Segundo o sanitarista, Enio Soares, do Centro de Informações e
Estratégias para a Vigilância Sanitária em Saúde
(Ciave), o carrapato conhecido como de cão ou de boi, infectados
com a bactéria, se picar uma pessoa e ficar preso na pele por até 4 horas,
contamina o animal ou a pessoa.
Cogita-se a informação de que
duas crianças morreram esse mês no Hospital Aliança, depois de apresentarem
sintomas da bactéria do carrapato. Uma das vítimas é um menino de 4 anos que
segundo amigos dos parentes da criança, a família passou o São João em um sítio
e o menino teve contato com os animais domésticos do local. Em poucos dias, o garoto começou a
ter febre e vômito e os familiares acharam que fosse uma simples virose.
Contudo, quando foram procurar atendimento médico, o caso era grave e a criança
veio a óbito no Aliança.
Segundo ainda informações de pessoas ligadas
à família da vítima, a mãe do menino encontrou um carrapato cravado na cabeça
do menino e uma médica chegou a constatar em diagnóstico que a morte da criança
teria sido em decorrência da bactéria “Babesiose” transmitida pelo carrapato.
Porém, a assessoria de imprensa do hospital confirmou o óbito da criança e a
suspeita, mas ressaltou que os agentes da vigilância sanitária estavam cuidando
do caso e não confirmou o segundo óbito de outra criança.
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
(Sesab), por meio da assessoria, ressaltou que tinha
conhecimento do caso e que inclusive, o sangue da criança foi encaminhado para
passar por um exame mais elaborado na Fiocruz e a fundação descartou que o
óbito da criança tenha sido em decorrência da picada do carrapato, porém,
também não foi confirmado o motivo da morte do menino. A assessoria da Sesab
ainda afirmou que o laudo da Fiocruz desmentia a conclusão da médica que
atendeu a criança.
No entanto, a Sesab disse que picadas de
carrapatos infectados são raros, mas o Estado já registrou cinco casos dessa
doença. Além da febre, a bactéria que o carrapato transmite pode causar anemia,
alterações no sistema nervoso central, respiratório, gastrointestinal e renal,
por isso a doença transmitida pelo carrapato é muito grave e pode levar à
morte.
Segundo o sanitarista Enio, os sintomas da
doença são: febre, vômito, dor de cabeça e no corpo e indisposição. “Esses
sintomas levam aproximadamente 2 a 20 dias após a picada do carrapato para
manifestarem-se. Com a progressão da doença se o paciente não buscar um
tratamento médico de imediato, pode se agravar a situação do paciente”,
ressaltou.
Enio ainda reforçou que o mais
importante são os cuidados com os cães desde os que vivem na cidade aos que
vivem na zona rural. “É preciso que evite que o cão adquira carrapatos.
Pois o contágio maior é do carrapato com o cão e depois, o carrapato vai
colocar ovos e os carrapatos que nascerem já estarão infectados. As pessoas que
têm animais domésticos precisam está sempre olhando os cães e se for constatado
algum carrapato não usar remédio aleatório e sim, procurar um veterinário para
melhor indicar o medicamento. O ambiente também precisa está sempre limpo para
evitar a proliferação dos óvulos do carrapato”, falou.
Animais como cavalos, bois, porcos e
até mesmo cães também podem ser infectados. A transmissão, porém, só é feita
por meio da picada do carrapato; não há transmissão de homem para homem ou de
animal para homem. Além disso, o carrapato precisa ficar em contato com a pele
por pelo menos três horas para que a vítima seja infectada. Se a pessoa foi
picada por um carrapato e apresenta algum dos sintomas descritos acima, procure
atendimento médico o mais rápido possível, pois a babesiose tem cura quando a
doença é diagnosticada a tempo.
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