FONTE: Eduardo Schiavoni, Do UOL, em Ribeirão Preto (noticias.uol.com.br).
Um cachorro
permaneceu ao lado da companheira por pelo menos dez horas, numa das avenidas
mais movimentadas de Sorocaba (a 99 km de São Paulo), depois que a cadela foi atropelada e morreu. Os
dois animais andavam juntos pelas ruas do bairro há alguns meses e foram
descritos como "inseparáveis" por comerciantes que trabalham no
local.
O atropelamento
ocorreu na madrugada da sexta-feira (31), na avenida Ipanema. A cadela não
resistiu aos ferimentos e morreu na hora. A cena chamou a atenção de quem
passava pelo local pela manhã, dentre eles a cabeleireira Rosimara Ferreira,
que fez imagens da cena.
"O cachorro não
deixava ninguém chegar perto, parecia que estava protegendo a cadela mesmo. Foi
uma cena muito triste, todo mundo que viu chorou", contou.
Segundo Mariana
Borgui, que trabalha com proteção aos animais em Sorocaba, o cachorro deixou o
local depois que o corpo da companheira foi retirado, no começo da tarde, e
teria sido recolhido por uma veterinária.
Já a remoção do corpo
da cadela foi feita por um popular, em veículo próprio. Procurada, a Polícia
Civil informou que não recebeu nenhuma denúncia sobre o caso.
Dupla vivia inseparável
nas ruas.
A amizade dos dois
cachorros começou depois que o cachorro bege chegou ao local, há cerca de três
meses. O dono do animal não foi identificado. Já a cadela vivia na rua há mais
de um ano e não se sabe se ela já teve algum dono.
"Eles não se
largavam, onde estava um, o outro logo aparecia também. Eram muito queridos por
todos", disse Josué Gonçalo, 45, que trabalha nas proximidades de onde o
acidente ocorreu.
Mariana ressalta,
entretanto, que, independente de ter sido abandonado ou fugido, o caso pode
servir de alerta e indicar a importância da posse responsável. Ela defende que
os animais sejam identificados e que os donos sejam responsabilizados pelo
eventual abandono.
"O dono tem que
ser responsável. Na pior das hipóteses, precisa se responsabilizar pela escolha
de um novo lar e acompanhar essa rotina de perto. E, tanto se o animal fugiu
como se foi abandonado, isso mostra uma negligência que não pode
acontecer", disse.
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