FONTE:, (www.msn.com).
Que crianças e adolescentes saudáveis
e ativos gastam calorias e perdem líquido, não é novidade. Nem por isso,
precisam recorrer a soluções duvidosas para recompor o organismo: alimentar-se
adequadamente e beber bastante água são o suficiente. É melhor para o corpo – e
para os dentes.
Ainda assim, energéticos,
refrigerantes e sucos artificiais são febre em qualquer cantina – a ponto de
haver projetos para proibir a venda desse tipo de bebida em escolas. Uma
pesquisa da Universidade de Cardife, no País de Gales, constatou que 89% dos
galeses de 12 a 14 anos consumiam isotônicos, e 68% o faziam ao menos uma vez
por semana. O apelo das bebidas esportivas está no sabor adocicado, no preço
acessível e na promessa de desempenho físico e hidratação.
O porém é que as bebidas, além de
nutricionalmente pobres, são ao mesmo tempo ácidas e ricas em açúcar: prato
cheio para cáries e erosão dental (a perda do tecido duro, o esmalte,
devido ao efeito abrasivo do ácido). "Os problemas não vão ocorrer porque
o adolescente bebeu eventualmente, mas pela ingestão frequente e ao longo do
tempo, de meses a anos", explica Priscila Stona, odontopediatra do
Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
Segundo Priscina, a realidade galesa
não é muito diferente da brasileira. "Vemos adolescentes e crianças que
sequer bebem água e ingerem muitas bebidas ácidas, como os próprios isotônicos,
além de refrigerantes e sucos de caixinha". Bebidas com pH a partir de
5,5, já desmineralizam o esmalte – e quanto mais ácido o líquido, pior.
Isotônicos têm pH em torno de 3, suco de laranja, 3,5. Refrigerantes de cola
são os mais ácidos, com pH 2,5, próximo ao do suco gástrico, que é de 1,5.
"Não se pode falar em dose segura para o consumo dessas bebidas, mas é
importante controlar frequência", pondera a odontopediatra.
Higiene no momento
certo.
A odontopediatra explica que deve haver cuidado
inclusive com a higiene bucal depois de consumi-los. De preferência, deve-se
aguardar em torno de 30 minutos após a ingestão para escovar os dentes, já que
a acidez na boca torna a escovação mais desgastante. A própria salivação se
encarrega de neutralizar os ácidos.
Ela salienta que dificilmente se
detecta o problema no primeiro sinal de dano – a perda do brilho. Quando o
desgaste evolui para a exposição da dentina, pode ocorrer aumento da
sensibilidade dos dentes. É aí que muitos pacientes procuram ajuda
profissional. As bordas dos dentes superiores ficam mais finas, e na superfície
dos dentes inferiores aparecem "lesões côncavas, em forma de colher".
O tratamento mais comum é a aplicação
de verniz de flúor, selantes e restaurações. E, principalmente, descobrir a
causa – não adianta recauchutar o sorriso e manter os hábitos nocivos.
"Hábito é difícil de alterar. Um adolescente ou criança que toma muito
refrigerante não vai mudar de uma hora para a outra. Mas pode diminuir
frequência, usar canudo, não deixar o líquido em contato com os dentes por
muito tempo. E tomar menos. Quanto menos, melhor", sentencia Priscila.
Dicas:
Beber o mínimo possível de
refrigerantes, isotônicos e energéticos.
Sempre que possível, beba com canudo.
Após a ingestão de bebidas ácidas,
faça bochecho com água para reduzir a acidez.
Escove os dentes, mas aguarde em
torno de 30 minutos para não agravar os danos ao esmalte.
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