FONTE: Da Redação, TRIBUNA DA BAHIA.
Os fatores mais presentes em
suicídios na infância ou adolescência são presença de doença mental, depressão,
dependências químicas e questões sociais e culturais.
Recentemente, foi
lançada no Brasil uma série americana baseada no livro Thirteen Reasons Why (Os
treze porquês), a qual aborda o tema suicídio na adolescência.
O sucesso de
audiência foi tanto que provocou bastante discussão sobre o assunto na web e
fora dela. Casos de suicídio entre jovens são recorrente nos noticiários e os
números vêm crescendo ao longo dos anos.
É comum lermos sobre
adolescentes que tiraram a própria vida por causa de jogos de vídeo game,
desentendimentos amorosos e bullying na escola.
De acordo com a
psicóloga do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Yara Satie dos Santos, essa
faixa etária é marcada por oscilações de humor, rebeldia e, até mesmo, mudanças
de atitude. “Porém, alterações significativas que comecem a acarretar prejuízos
na rotina devem ser valorizadas e analisadas por especialistas”, alerta.
Os fatores mais
presentes em suicídios na infância ou adolescência são presença de doença
mental, depressão, dependências químicas e questões sociais e culturais.
Conforme a especialista,
normalmente o ato de tirar a própria vida vem precedido de três
etapas: ideação suicida (quando existem pensamentos e planos para que o
objetivo seja alcançado); a tentativa (uso de medicações, venenos, pular de
locais inapropriados, envolvimento em brincadeiras de alto risco, entre
outros); e o suicídio consumado.
“Normalmente,
entre a ideação e o suicídio, há um período em que é possível buscar ajuda
especializada”. Por isso, é necessário os pais observarem de perto o
comportamento de seus filhos e, aos primeiros sinais de atitudes
sugestivas de um quadro depressivo, procurarem auxílio. ”Devem
ficar atentos à irritabilidade, explosão de raiva, desinteresse, alteração de
sono e apetite, dificuldade de concentração, falta de memória, entre outros”, aconselha
Yara.
O início da depressão
pode se manifestar de modo camuflado. “É comum familiares atribuírem as
mudanças comportamentais apenas à fase de transformações em que o jovem está
passando e não enxergar consequências futuras, como o suicídio”, comenta a
psicóloga. Ela enfatiza que depressão na adolescência necessita do cuidado de
um profissional especializado.
“Se necessário,
medicações de suporte podem ser indicadas e controladas por um psiquiatra e o
suporte emocional fica a cargo do psicólogo”. Além do acompanhamento
especializado, o apoio das pessoas próximas, principalmente dos pais, é
indispensável ao tratamento do jovem deprimido, sem críticas, julgamentos,
cobranças ou comparações. “A presença afetiva e acolhedora propicia benefícios
duradouros”, finaliza.
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