sábado, 6 de maio de 2017

NÚMERO DE MORTES POR ELETRICIDADE PREOCUPA...

FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.

Veja recomendações.
Que o brasileiro, em muitos casos, adora fazer um improviso, todo mundo sabe. O problema é que a atitude, principalmente em se tratando de instalações elétricas no geral pode, inclusive, levar a morte. É o que aponta uma pesquisa divulgada na última quinta-feira pelo Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) e pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). 
Segundo o levantamento, em todo o Brasil, apenas em 2016, 599 pessoas morreram em decorrência de acidentes com eletricidade, sendo 171 relacionados a acidentes domésticos. Na Bahia, os dados apontam que, ano passado, aconteceram 67 mortes por este tipo de problema, sendo 23 em residências. 
Em comparação com 2013, 2014, 2015, o estado vem mantendo a triste média de mais de 65 mortes por ano (a exceção foi 2013, com 51). Isso sem contar os 25 incêndios causados por curto circuito no estado que geraram três óbitos, também em 2016. O mesmo número de incêndios e mortes ocorreu em 2015. Já em 2013 e 2014, aconteceram nove e 14 situações deste tipo no estado, respectivamente, mas sem registro de mortes.
A questão é que a maioria desses acidentes poderia ter sido evitado com a adequação das instalações elétricas nas moradias, ainda carentes de medidas de proteção e dispositivos que garantam a segurança das pessoas e do patrimônio. O levantamento ainda revelou que somente 29% das residências brasileiras possuem projeto elétrico - 25% deles elaborados por eletricistas -, 52% dos imóveis possuem fio terra instalado e apenas 27% das moradias possuem DR, um dispositivo de proteção que, ao interromper a fuga de corrente, reduz o risco das consequências de um choque elétrico.
Outro fato que chama a atenção é que, mesmo entrado em vigor desde 2011 no Brasil, apenas 35% dos imóveis adotam o padrão de tomada de três pólos. O levantamento também revela que metade dos quadros elétricos não possui qualquer identificação de componentes do circuito.
Um ponto subseqüente está relacionado ao uso de benjamins, extensões e T’s, utilizados por 57% das famílias pesquisadas. Nesse caso, segundo a pesquisa, a idade de construção do imóvel mostrou pouca relação com o uso expressivo dos componentes. Com relação ao tempo de vida da habitação, o levantamento mostrou relação direta ao maior risco do patrimônio a incêndios e dos moradores à exposição de choques elétricos. Outro fator de agravamento de risco identificado na pesquisa refere-se ao tipo da obra, se realizada por construtoras ou resultado da autoconstrução, tipo de obra predominante no Brasil.
“A pesquisa mostra que o risco de acidentes com eletricidade em ambiente doméstico ainda é muito grande. Os acidentes de origem elétrica (mortes por choques, por incêndio por curto circuito e por descarga atmosférica) matam mais que a dengue no país. É preciso formar um senso crítico na população para que ela adote medidas de segurança em casa. Nossos legisladores também precisariam dar a devida importância ao tema, criando algum tipo de instrumento de regulação, para que as residências antigas tivessem as instalações elétricas inspecionadas e as novas certificadas”, afirmou Antônio Maschietto, diretor adjunto do Procobre.
Ele reforça os riscos, à sociedade, de uma instalação de fiação elétrica que não é feita respeitando as normas de segurança. “Os acidentes com eletricidade nas residências oferecem risco de morte ao morador. A instalação correta, feita por um profissional habilitado, prevendo a instalação de dispositivos de segurança, a exemplo do fio terra e do DR, poderia ter evitado essas mortes. Já o dimensionamento correto das instalações poderia reduzir os incêndios por curto circuito nas moradias”, alertou.

Recomendações.

De acordo com o Procobre, entre as principais medidas de segurança para evitar a exposição do patrimônio ao risco de incêndio e do morador a acidentes domésticos com eletricidade, estão às seguintes, listadas abaixo:

1- Fazer a manutenção periódica das instalações elétricas e redimensioná-las e/ou renová-las sempre que preciso (sugere-se a revisão a cada 10 anos); 

2- Instalar o fio terra e os DRs (dispositivos diferenciais residuais);

3- Usar protetores de tomadas sempre que estiverem fora de uso para evitar a exposição de crianças pequenas ao risco de contato com a eletricidade;

4- Quando possível, substituir as tomadas de dois pinos (antigas) por tomadas do novo padrão com três pinos;

5- Desligar o disjuntor no quadro de distribuição, antes de qualquer serviço que envolva o contato com a eletricidade em casa;

6- Evitar o uso de eletrodomésticos e/ou eletroeletrônicos em locais úmidos;

7- Sempre desligar o chuveiro antes de trocar a chave da temperatura;

8- Não fazer uso de eletrodomésticos e/ou eletroeletrônicos conectados à tomada durante tempestades e vendavais.

9- Evitar o uso permanente de benjamins, extensões e T’s, preferindo a instalação de novas tomadas.

10- Chamar sempre um profissional qualificado, que entenda os perigos e riscos da eletricidade, para realizar serviços no imóvel.

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