Detox
vem da ideia de tirar do corpo tudo o que não lhe faz bem. Desintoxicar as
impurezas e limpar substâncias que não pertencem ao nosso organismo. No
entanto, é importante ir além das dietas milagrosas e dos suco verdes e focar
também na saúde mental e bem estar. A seguir, veja quatro táticas para fazer um
verdadeiro detox de sentimentos ruins e ser mais feliz:
Livrar
a mente da ansiedade no presente
No
livro Ansiedade – Como
Enfrentar o Mal do Século (Ed.
Saraiva), o psiquiatra e escritor Augusto Cury ensina técnicas para livrar a
mente da ansiedade e como evitar a chamada Síndrome do Pensamento
Acelerado. Segundo Cury, a SPA é fruto de uma sociedade onde as
informações não param de chegar, que resultam em indivíduos inquietos, sem foco
e que estão sempre sofrendo por antecipação. “A SPA é produzida por uma
hiperconstrução de pensamentos, numa velocidade tão alta que estressa e
desgasta o cérebro. O resultado emocional é desastroso, há consequências para o
corpo e a mente. Pensar
é bom. Com consciência crítica, é excelente. Mas pensar excessivamente e sem
gerenciamento é uma bomba contra a mente livre”, afirma. Para desacelerar o
pensamento, Cury sugere duvidar, criticar e determinar: “É
uma técnica psíquica e pedagógica. A dúvida, a crítica e a determinação
estratégica são princípios de sabedoria. O Eu, que representa nossa capacidade
de escolha e consciência crítica, deve fazer, em silêncio, uma higiene mental
todos os dias: duvidar das falsas crenças, criticar cada pensamento perturbador
e autodeterminar o relaxamento”, completa o psiquiatra.
Perdoar
(os outros e a si mesma).
Está
comprovado cientificamente: um estudo publicado em 2016 no periódico científico Psychology Journal of
Health revela que
pessoas com mais facilidade para perdoar a si mesmas e aos outros ficam mais
protegidas dos males do estresse. “O ato de perdoar funciona como uma
espécie de amortecedor contra o estresse. Se você não tem tendência para
perdoar, sente os efeitos brutos do stress de forma absoluta “, afirmou Loren Toussaint, professor
de psicologia na Luther
College e principal
autor do estudo em entrevista à revista TIME.
Além disso, guardar rancor e persistir no ressentimento também provoca tristeza
e sentimentos de perda de controle, segundo um estudo de 2001 do jornal Psychological
Science. Mas lembre-se: o ato de perdoar não necessariamente implica
no esquecimento dos agravos, como defende o Greater Good Science Center (Centro de Ciências do Bem Maior, em
tradução livre).
Praticar
o mindfulness.
Também conhecido como atenção plena, o
mindfulness é uma técnica de meditação e
exercícios de tradição asiática adaptada para o Ocidente. Em resumo, a ideia é ensinar a
ter foco no presente – e não nas expectativas para o futuro ou nos traumas do
passado. Para aprender a
driblar pensamentos negativos e resolver problemas, a prática pode ser uma boa
alternativa. “Concentrar-se no presente, desenvolver inteligência emocional e
aprender a lidar com o stress é tão importante para a produtividade quanto
fazer exercícios e dormir bem”, disse a neurocientista Tara Swart,
professora da escola Sloan
Executive Education, ligada ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts
(MIT), nos Estados Unidos, à Folha. “A técnica é simples e dá para aprendê-la sozinha. Mas
pacientes com muita ansiedade ou transtornos graves devem contar com o apoio de
um profissional até ganhar autonomia”, alerta o médico Marcelo Demarzo. Há bons
livros como o The Mindful
Athlete (O Atleta
Mindful, em tradução livre), do psicólogo George Mumford. Já no site mindfulnessbrasil.com,
é possível encontrar profissionais certificados pelo curso da Unifesp.
Revisitar
e solucionar problemas mal-resolvidos do passado.
Lembrar
de experiências negativas pode ser doloroso. Mas talvez seja uma atitude
necessária para se livrar de problemas que estão enraizados no passado. Uma boa
alternativa para esvaziá-los da mente deles é listar os fatos que
aconteceram e quais emoções você sentiu ao enfrentá-los, mas sem focar apenas
nas dificuldades. “Ao
focar apenas no lado negativo, a solução pode ficar mascarada. Pense em como
você encontrará a solução ao invés de em como resolverá o problema”,
alerta Edmund Bourne, em seu livro The
Anxiety and Phobia Workbook (Livro
da Ansiedade e da Fobia, em tradução livre).
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