Segundo o estudo, o Brasil
hoje oferece conexão de internet a 59% dos brasileiros - inferior a países como
Chile e Venezuela.
Para que a banda larga no Brasil,
por meio de redes fixas ou móveis, alcance 90% da população brasileira, nível
encontrado hoje em países como Canadá e Reino Unido, será necessário investir
R$ 200 bilhões em infraestrutura nos próximos dez anos.
É o que diz estimativa divulgada
ontem pela consultoria Boston Consulting Group (BCG), durante o Painel
Telebrasil, evento realizado em Brasília pela Associação Brasileira das Telecomunicações
(Telebrasil). Segundo o estudo, o Brasil hoje oferece conexão de internet a 59%
dos brasileiros - inferior a países como Chile e Venezuela.
Não é uma questão apenas de
expansão territorial, mas também de qualidade. Com um investimento dessa ordem,
diz a consultoria, as empresas poderiam oferecer o serviço a velocidades
próximas a 100 megabits por segundo (Mbps), hoje disponíveis só em grandes
cidades. Além disso, seria possível aumentar o uso de conexões de fibra óptica
e o volume de dados transmitidos por redes de banda larga móvel.
Segundo Marcos Aguiar, diretor do
BCG para a América do Sul, o valor representaria um aumento de 38% nos
investimentos das operadoras na próxima década, considerando a média dos
valores investidos pelas teles nos últimos anos. Segundo a Telebrasil, as
operadoras investem cerca de R$ 30 bilhões por ano, em média.
Desse valor, diz Aguiar, só
metade de fato é aplicado em expansão de redes e melhoria de serviços - a outra
metade serve para atender obrigações regulatórias e uso de tecnologia da
informação. Para Aguiar, seria preciso investir mais R$ 5 bilhões por ano para
o salto em banda larga ocorrer.
"A indústria investe R$ 30
bilhões ao ano, e 2017 é um ano de vacas magras", disse José Félix,
presidente da Claro Brasil, no evento. "Mais investimento do que a gente
já faz é impossível." Ele defende que o valor venha de fundos setoriais,
como o Fundo para a Universalização das Telecomunicações (Fust), criado em 2000
pelo governo para financiar infraestrutura em áreas carentes.
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