Os suplementos
alimentares estão cada vez mais presentes no dia a dia da nossa
população. Dados apresentados pela Associação Brasileira da Indústria de
Suplementos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad) apontam que
54% dos lares do país possuem ao menos uma pessoa que consome esse tipo de
produto.
Apesar disso, poucos sabem que,
de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
não há previsão legal para a categoria “suplementos alimentares”. Em outras
palavras, ainda não existe regulamentação específica para esses itens.
De acordo com um documento
elaborado recentemente pela Anvisa, há seis categorias de alimentos e uma de
medicamentos que poderão ser agrupadas na classe de suplementos alimentares.
São elas: suplementos de vitaminas e minerais; substâncias bioativas e probióticos; novos alimentos;
alimentos com alegações de propriedades funcionais; suplementos para atletas;
complementos alimentares para gestantes e nutrizes; e, por fim, medicamentos
específicos sem prescrição médica.
Mas, afinal, o que são
suplementos alimentares? Para facilitar a compreensão, podemos utilizar uma
definição mais ampla apresentada em um informativo da Sociedade Brasileira de
Alimentação e Nutrição em 2015:
Suplementos alimentares são
produtos constituídos por fontes concentradas de substâncias como vitaminas,
minerais, fibras, proteínas, aminoácidos, ácidos graxos (como o ômega-3),
ervas e extratos, probióticos, aminoácidos, enzimas, carotenoides,
fitoesteróis, entre outros.
A partir de sua composição,
podem apresentar efeitos nutricionais, metabólicos e/ou fisiológicos que se
destinam a complementar a alimentação normal em casos em que a ingestão desses
componentes seja insuficiente.
O produto pode ser
apresentado nas formas sólida, semi-sólida, líquida e aerossol, como tabletes,
drágeas, pós, cápsulas, granulados, pastilhas mastigáveis, líquidos e
suspensões.
Agora, vamos dar destaque
especial a esse trecho:
Suplementos alimentares
têm por finalidade complementar a alimentação de indivíduos saudáveis.
Ou seja, o alimento é a matéria
prima da qual o indivíduo irá extrair energia e nutrientes para assegurar sua
saúde e seu desempenho físico. Existem situações nas quais só o alimento não
consegue garantir essa oferta. Nesses casos, o suplemento alimentar pode ajudar
a suprir o déficit. Resumindo: esses produtos não entram no lugar dos
alimentos. Eles funcionam como coadjuvantes, se for o caso.
Um dos segmentos onde o uso de
suplementos está bastante disseminado é entre os praticantes de exercício
físico e esporte. Mas de novo: cápsulas e afins não substituem os alimentos nem
a necessidade de treinamento. Para atingir os objetivos almejados, são
necessários programas de exercícios prescritos adequadamente, além de cardápios
ajustados às metas de cada fase de treino ou competição.
Cabe frisar que o plano
dietético deve ser individualizado, levando em consideração, por exemplo, a
diversidade de alimentos da região, as preferências, as tolerâncias, as
aversões e os aspectos socioeconômicos e culturais do indivíduo. Nesse
contexto, o suplemento ocupa o lugar de garantir o máximo desempenho em
situações específicas do treino e da competição.
Detalhe: segundo uma
regulamentação específica, os alimentos para atletas não podem conter
substâncias estimulantes, hormônios ou outros elementos considerados como
“doping” pela Agência Mundial Antidoping (Wada).
Também é preciso considerar que
há produtos com irregularidades no mercado. Tanto é que órgãos nacionais e
internacionais de vigilância sanitária fazem alertas constantes sobre eventos
adversos ocorridos em função de fraudes e adulterações.
A verdade é que não existem
alimentos, suplementos nem treinos milagrosos. Não permita que propagandas
enganosas tirem você do seu objetivo, prometendo o que não irão cumprir.
Sucesso rápido é sinônimo de prejuízo em médio e longo prazo.
Para cuidar de sua alimentação
e, se necessária, da suplementação, procure um nutricionista especialista na área
de exercício físico e esporte. Já para a prescrição de atividade física, busque
um professor de educação física. Pelo menos o resultado tem tudo para ser
duradouro.
***
Nutricionista especialista em Nutrição em Esporte, membro da Sociedade
Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN).
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