Não é novidade que
a amamentação é extremamente importante para o desenvolvimento
do bebê e para o vínculo entre mãe e filho. Agora, um novo estudo conduzido
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o aleitamento materno
protege contra a obesidade infantil. Principalmente quando esta é a forma
exclusiva de alimentação do bebê nos primeiros seis meses de vida.
De acordo com o estudo,
crianças que nunca foram amamentadas tinham uma probabilidade 22% maior de
serem obesas. Para as crianças que mamaram por menos de seis meses, o risco
caiu para 12%, mas ainda existiu. Por outro lado, aquelas que foram
exclusivamente alimentadas pelo leite materno no primeiro semestre de vida
corriam um risco 25% menor de obesidade.
“Precisamos de mais
medidas para incentivar o aleitamento materno, como a licença maternidade
remunerada. Precisamos de um marketing menos inapropriado de fórmulas [leite em
pó para bebês], que podem levar algumas mães a acreditarem que elas são tão
boas para os bebês quanto o leite materno”, disse João Breda, do Escritório
Europeu de Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis da OMS, ao The
Guardian.
Os dados são
provenientes da análise de 30.000 crianças monitoradas como parte da
iniciativa Vigilância da Obesidade Infantil (Cosi, na sigla em
inglês) da OMS. Lançada em 2007, a iniciativa é continuamente atualizada e,
atualmente, recebe dados provenientes de 40 países, de crianças com idade entre
6 e 9 anos.
O estudo, apresentado
durante o Congresso Europeu de Obesidade, realizado em Glasgow, no Reino Unido,
mostrou que 16,8% das crianças que nunca tinham sido amamentadas eram obesas,
em comparação com 13,2% das crianças que mamaram por algum tempo e 9,3%
daquelas que foram amamentadas por, no mínimo, seis meses.
Algumas das razões
apontadas pelo estudo publicado no periódico científico Obesity Facts,
são: o aleitamento materno exclusivo retarda a introdução de alimentos sólidos;
as fórmulas infantis (leite em pó exclusivo para bebês) aumentam o nível de
insulina no sangue dos bebês – em comparação com o leite materno -, o que pode
estimular o acúmulo de gordura; e mães que amamentam têm um estilo de vida
mais saudável.
Independente das
razões, os pesquisadores afirmam que as mulheres devem saber que a amamentação
é uma forma de proteger o bebê contra a obesidade. “Amamentar tem um efeito
extremamente positivo. A evidência existe. O benefício é excelente e deveríamos
dizer isso às pessoas.”, afirma Breda.
Sue Ashmore, diretora
da Iniciativa de Amigos da Criança do Unicef UK, ressalta os benefícios do
leite materno: “O leite humano – leite materno – é projetado
especificamente para bebês humanos. Não só age como a primeira vacina do bebê,
protegendo contra infecções, mas também afeta a saúde a longo prazo, inclusive
atuando como a primeira defesa contra a epidemia de obesidade”, explicou
ao The Guardian.
Kate Brintworth,
diretora de transformação da maternidade do Royal College of Midwives, no Reino
Unido, disse ao The Guardian que o estudo reforça a
necessidade de mais recursos para apoiar as mulheres a amamentar. Ela lembra
também que, por vários motivos, algumas mulheres não conseguem amamentar e
outras não podem. Independente da escolha, é preciso respeitar a decisão. “É
importante que respeitemos as escolhas alimentares de uma mulher e que, se uma
mulher escolher não amamentar, por qualquer motivo, ela precisará ser apoiada
nessa escolha.”
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