Agência quer competição
na oferta de serviços em 3.909 municípios.
A Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) anunciou na sexta-feira (17) uma série de
intervenções no mercado de atacado de telecomunicações - formado por grandes
redes de tráfego, por onde passam informações e dados dos serviços (como a voz
em uma ligação ou uma mensagem de e-mail).
As medidas, previstas
no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), visam favorecer a competição na oferta
de serviços em 3.909 municípios com pouca ou nenhuma competição no setor.
Conforme estabelecido,
as grandes empresas - como Oi e Telefônica, na telefonia fixa; e Vivo, Claro,
TIM e Oi na telefonia celular - terão que disponibilizar para os pequenos provedores
de serviços de telecomunicação acessos a dutos de cabeamento, roaming nacional,
troca de dados em alta capacidade e interconexão telefônica.
O diretor-presidente da
Anatel, Leonardo Euler de Morais, assinala que a iniciativa visa tornar o mercado
mais eficiente, e podem resultar em redução no preço dos serviços para o
consumidor final, em especial na banda larga.
Farinha de trigo e pão.
"Começa um ciclo agora de maior dinâmica para o mercado de atacado", disse Leonardo Euller que comparou a regulação da agência com a regulação do preço da farinha de trigo para favorecer o segmento de panificação.
"Começa um ciclo agora de maior dinâmica para o mercado de atacado", disse Leonardo Euller que comparou a regulação da agência com a regulação do preço da farinha de trigo para favorecer o segmento de panificação.
"Eu posso regular
o preço do pão ou escolher regular o preço da farinha e a partir disso
estimular a competição no mercado do pão. O principal benefício é a melhoria da
qualidade e a potencial redução dos preços dos serviços de telecomunicações, em
especial a banda larga", acrescentou.
A intervenção no
mercado de dutos foi apontada pela agência como uma das principais medidas para
favorecer os pequenos provedores, que já são responsáveis pela maioria dos
acessos à internet no país. A redução do preço no mercado de dutos é de
"centenas de vezes o valor mensal devido por quilômetro compartilhado. Em
versões anteriores das ofertas, já foram registrados preços superiores a R$ 50
mil por quilômetro de duto compartilhado", descreveu nota da Anatel. A
agência apontou que os preços ficarão na faixa de R$ 120 a R$ 750 o km.
Já no mercado de dutos,
a Anatel aponta que os provedores regionais de banda larga vão contar com
melhores condições de transporte de tráfego em 2.493 municípios. Os preços
terão uma variação de R$ 1,40 a R$ 24 o megabit por segundo (Mbps). As ofertas
irão viabilizar as conexões nos seis grandes pontos de tráfego indicados pela
agência: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba e
Brasília.
De acordo com o
superintendente de competição da Anatel, Abraão Balbino, os pequenos provedores
terão maiores condições de expandir o serviço, especialmente em municípios de
pequeno e médio porte.
"Este é um pleito
de contestação dos provedores e principal falha de mercado no transporte de
internet no Brasil. Ninguém entregava condições para os pequenos provedores,
agora você tem um preço controlado para chegar aonde está o conteúdo em uma condição
vantajosa. Isso vai ampliar a qualidade e reduzir os preços da banda larga em
todos esses pontos", disse Balbino.
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