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Brasil, cerca de 900 mil pessoas têm glaucoma.
No Brasil, cerca de 900
mil pessoas têm glaucoma. A doença, conhecida como a principal causa de
cegueira irreversível no mundo, provoca alterações no nervo óptico de forma
progressiva e consequente morte das células da retina, devido,
principalmente, ao aumento da pressão intraocular. “O glaucoma age
sorrateiramente e, na maioria das vezes, é assintomático e progressivo. Ou
seja, quando o indivíduo percebe, o nervo óptico já está danificado e a visão
periférica comprometida”, explica o oftalmologista do Hospital São Rafael
(HSR), César Sampaio.
De acordo com o médico,
o glaucoma é uma doença que pode ser provocada por uma série de
fatores, como trauma e infecção, ou ser congênito (no nascimento). Porém, a
forma mais comum da doença é o glaucoma crônico de ângulo aberto.
“Vale ressaltar que pode ainda ser desencadeado por medicação de uso local ou
sistêmico, como os corticoides. A doença pode evoluir até fases avançadas,
sem provocar nenhum sintoma, por isso, a necessidade da consulta
médica com oftalmologista para avaliar o sistema visual como um todo
e, especialmente, a pressão intraocular”, detalha César Sampaio.
O glaucoma acomete o
indivíduo em todas as idades, sem distinção de sexo. Porém, é mais
diagnosticado a partir de 40 anos, sendo a idade um fator de risco importante.
O surgimento da doença é potencializado a partir dos 70 anos, podendo
ser cinco a 10 vezes maior. Dentre os sintomas, que podem passar
despercebidos, destacam-se dores oculares leves, flutuação da qualidade da
visão para longe ou perto, e sensibilidade à luz. Esses sinais, no entanto,
muitas vezes são ignorados ou atribuídos ao cansaço pelo paciente. Em sua forma
aguda, pode provocar irritação nos olhos, dor, náuseas, vômitos e baixa da
visão. Este último quadro é mais sintomático e leva o paciente a procurar
assistência médica de forma mais rápida.
Tratamentos.
O glaucoma é uma doença
irreversível, porém pode ser controlada. O tratamento é inicialmente clínico e,
em casos mais severos, pode ocorrer a intervenção cirúrgica. Vale ressaltar o
surgimento de novas drogas, com poucos efeitos colaterais, que são efetivas na
redução da pressão ocular, que é o principal fator de piora e progressão
da doença.
Quando o tratamento
clínico não leva ao controle satisfatório da pressão intraocular, pode ser
feito ainda o tratamento cirúrgico ou a laser, para diminuir o risco de
cegueira. “De um modo geral, um paciente com glaucoma deve seguir a
orientação de retorno periódico ao médico que o assiste. Já os
pacientes com histórico familiar de glaucoma, especialmente pais e irmãos,
devem fazer visitas regulares ao oftalmologista a partir dos 40 anos de
idade para diagnóstico e tratamento precoce da doença”, conclui o médico.
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