Escolher o melhor método
contraceptivo pode ser
complicado, mas algumas mulheres se adaptam bem aos anticoncepcionais
hormonais: pílula, injeções ou o DIU Mirena. Entretanto, é possível que
apareçam efeitos colaterais com o tempo, apesar de ainda estar protegida contra
uma gravidez indesejada.
"A mulher evolui, os níveis hormonais mudam conforme o passar dos
anos, e isso pode interferir nos efeitos que a pílula gera no corpo",
explica Flávia Fairbanks, ginecologista, obstetra e especialista em sexualidade
humana. Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês de
São Paulo (SP), afirma que o momento pelo qual a mulher passa também deve ser
levado em consideração. "O que pode acontecer é a mulher estar usando um
anticoncepcional há muitos anos, mas então a alimentação dela altera, ela
engorda ou emagrece demais, passa a sofrer muito estresse ou fica sedentária,
aí esse método deixa de funcionar como antes".
À Universa, os especialistas citam alguns sinais para ficar de olho e
saber se é preciso trocar o anticoncepcional:
1. Sangramento de
escape que não para.
Ter alguns "escapes", quando há um sangramento leve e escuro
fora da época da menstruação que dura poucos dias, pode ser normal para quem
está se adaptando à pílula ou para quem já está há algum tempo com ela. O que é
preciso ficar de olho é se esse sangramento se torna frequente, e se a
quantidade de sangue passa a aumentar. "Sangramento de escape atípico e
que dura muito, cerca de um a três meses, é sinal de que é melhor retornar com
o ginecologista", diz Flávia.
2. Problemas
dermatológicos (como espinhas e queda de cabelo).
Os especialistas também citam que aumento da oleosidade da pele,
surgimento repentino de espinhas, manchas e queda de cabelo podem ser sintomas
para prestar atenção: eles podem ser efeitos colaterais para quem está com o
anticoncepcional hormonal ou a pílula pode ser um fator facilitador quando a
mulher teve alguma mudança significativa na vida: se parou de fazer atividade
física, se está se alimentando mal ou se está sob muito estresse.
3. Náuseas, dor de
cabeça frequente e vômito.
Sintomas não tão comuns, mas que precisam ser acompanhados de perto são
náuseas, ânsia de vômito e dores de cabeça --esse último, no entanto, precisa
tomar cuidado. "No caso da dor de cabeça, se a mulher já usa a pílula há
muito tempo e nunca teve isso, pode ser que o anticoncepcional só piore, mas
não a cause", diz Pupo.
"Tem que ficar de olho se ela já tinha dores antes, mas essa dor de
cabeça começou a sair do padrão anterior: se a dor ficou mais forte e mais
frequente, a ponto de passar dias ou semanas", explica Flávia.
4. Outros sintomas que
podem ser causados pelo anticoncepcional.
Anticoncepcionais hormonais são conhecidos por alterarem a libido. Mas,
se a mulher sentir uma alteração profunda do desejo, que nada tem a ver com as
situações pessoais da vida dela, é melhor checar se não tem a ver com a pílula.
Sintomas mais graves, como inchaço, dor e vermelhidão nas pernas precisam
urgente de acompanhamento médico, pois podem indicar princípio de trombose.
Como tratar com o
ginecologista.
Ambos os especialistas ressaltam a importância de contar todo o histórico
médico e pessoal no ginecologista: como era o ciclo menstrual antes de tomar a
pílula, como era a rotina da pessoa, o que mudou com o anticoncepcional e como
a vida dela está agora --se a pessoa é sedentária ou não, se tem comido
direito, se anda muito estressada.
Com essas informações, o ginecologista pode pedir exames para identificar
se o problema é a pílula ou não. Eles recomendam que a mulher jamais troque de
marca de pílula sem recomendação médica, mas que, se ela se sentir melhor, pode
parar de tomá-la até passar em consulta, para ver que efeitos isso terá em seu
corpo.
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